Romero compra máscaras quatro vezes mais caras que as vendidas por loja de grife

“Pode ser a Louis Vuitton, desde que entregue num preço vantajoso, justo e honre os compromissos com o Município”. Essa frase é do coordenador de Comunicação (Codecom) do município de Campina Grande, jornalista Marcos Alfredo, quando perguntado sobre as compras de máscara feitas pelo prefeito Romero Rodrigues a uma marca de grife, a Mioche, com sede localizada em um shopping Center de Guarabira.

O coordenador ainda indagou: “Conhece alguém que forneça mais barato que R$ 0,85 a máscara e com uma entrega diária de 10 mil unidades?”. Realmente nem o portal e tão pouco o nobre jornalista responsável pela comunicação de Campina, sabe aonde encontrar uma promoção de grife como essa em Campina Grande ou em cidades vizinhas. Tanto é assim que agora a prefeitura comandada por Romero Rodrigues, por intermédio da Fundação de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, decidiu mandar buscar em Brasília, isso mesmo na Capital Federal, 300 mil máscaras de proteção individual tripla camada, pagando a bagatela de R$ 1 milhão e 50 mil, ao preço unitário de R$ 3,50.

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O preço dessa máscara de tripla camada, R$ 3,50, é quatro vezes o valor pago à Mioche por uma máscara de dupla camada que custou ao município de R$ 0,85 (veja documento abaixo). Romero vai pagar a empresa LB PARTICIPAÇÕES, DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS HOSPITALARES E REPRESENTAÇÕES LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o no. 21.946.771/0001-46, com sede estabelecida na Quadra SHIS QI 9 CL BLOCO J SALA 114, Bairro Lago Sul, Brasília – Distrito Federal, mais de R$ 1 milhão na compra de 300 mil máscaras.

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Pelo valor pago para a compra das 300 mil máscaras de tripla camada na LB, em Brasília, daria para comprar mais de 1 milhão de máscaras, de dupla face é bem verdade,  à empresa Mioche, além de manter o emprego de dezenas de trabalhadores de Campina Grande que passam por necessidades financeiras nessa época de pandemia, ocasionada pela Covid-19, doença provocada pelo novo coronavírus.

""Mas essa máscara ainda não é a famosa “Luiz Vuitton”, da qual falou o porta voz de Romero, jornalista Marcos Alfredo. A Prefeitura Municipal de Campina Grande comprou também 200 mil máscaras de tripla camada, desta vez com elástico, no valor unitário de R$ 4,20, totalizando um valor de R$ 840 mil, desta vez a uma empresa mais pertinho,  a  NNMED DISTRIBUIÇÃO IMP EXPORTAÇÃO DE MEDICAMENTOS LTDA, CNJP:15.218.561/0001-39, localizada na Rua Major Belmiro, nº 200, no bairro São José, em Campina Grande.

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Recentemente, a PMCG pagou a RV COMÉRCIO DE CONFECÇÕES LTDA ( a famosa Mioche), pessoa jurídica de Direito Privado, inscrita no CNPJ sob o nº 40.950.354/0010-02, estabelecida na Rua Projetada, 89, Loteamento Novo Horizonte, Caruaru – PE, R$ 170 mil para confeccionar 200 mil máscaras feitas em TNT (aquele tecido que não é tecido) em camada dupla com elástico triplo para atender as demandas no município de Campina Grande, no combate à Covid-19.

Caso a prefeitura solicitasse que a Mioche colocasse quatro camadas na máscara e dobrasse o preço, cada uma deveria sair por R$ 1,70 e o total custaria à prefeitura de Campina R$ 340 mil, ou seja muito menos da metade do preço, R$ 840 mil, que deverão ser pagos por Romero Rodrigues à empresa NNMED.

Em uma rápida consulta no Mercado Livre, o Fatospb encontrou máscaras com as mesmas especificações, bem mais em conta, como pode ser constatado nas imagens abaixo. Tem caixa com 100 unidades que custam entre R$ 119,99 e R$ 154,86, ou seja, a unidade não custa sequer R$ 1,55, quase um terço dos R$ 4,20 pagos pela mesma mercadoria pela PMCG.

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O prefeito Romero Romero Rodrigues bem que poderia comprar o tecido no comércio local, em um valor bem mais em conta, devido a quantidade, e pagar as costureiras campinenses e pequenas fábricas de tecido que estão sofrendo com a pandemia, principalmente nesta época do ano em que ganhavam a vida confeccionando roupas e adereços para a festa do Maior São João do Mundo.

Como manda o bom jornalismo, a redação do portal Fatospb enviou mensagem ao coordenador de comunicação de Campina Grande informando sobre a matéria jornalística que estava sendo produzida e solicitando um posicionamento do prefeito Romero Rodrigues, mas até a postagem da notícia não obteve retorno.

Mais uma vez o portal cita outra frase do competente jornalista Marcos Alfredo, coordenador de Comunicação da Prefeitura Municipal de Campina Grande, para encerrar essa matéria: “O bom é que temos órgãos de controle interno e externo pra avaliar esses procedimentos. Seria difícil se os julgamentos subjetivos prevalecessem para sentenciar com base em premissas mais variadas, ao sabor das convicções alheias”.

 

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