Elogios na Pandemia?

A pandemia chegou sem pedir licença, buliu em toda a nossa vida e determinou como a gente tinha que fazer. Com isso, todo mundo, no mundo, ficou desorientado e só agora tamo tornando desse verdadeiro “passamento” universal e entrando no tão falado “novo normal”. Por sorte, algumas coisas do “velho normal” tão voltando. Uma delas é o elogio, pois, até ele tinha sumido das nossas vidas, nera?

Apoi, o elogio tá voltando, embora, de forma meio coisada, digamos assim.

O meu amigo Ítalo Di Lucena que o diga! Botou uma foto no instagram, todo gatinho, e recebeu o seguinte “elogio”: “Parece aquelas geladeiras Frost Free inox de duas portas. Lindimai.”

Quando ele comentou, logo perguntei: e isso é um elogio?
E ele: – Deve ser! Pelo menos a geladeira é bonita.

Vôte! Deve ser elogio do novo normal, né? De tanto ficar dendicasa as pessoas só viam móveis, eletrodomésticos, etc e tal.

Mas, peraí! No “velho normal” já tinham elogios assim também. Lembro de um dia em que fui trabalhar toda linda, maquiada e com um vestido preto de bolinha branca. Ou seja, saí pra brilhar. Tinha certeza que ia receber elogios com força. Nem imaginava o que tava por vir!

Antes de trabalhar, passei na casa de mainha. A vizinha, varrendo a calçada, deu um grito:
-Ei, Romye! Fazia tanto tempo que eu não te via!
Pensei logo: o primeiro elogio vem agora!
E ela foi se aproximando, se aproximando e soltou uma pérola de elogio:
– Mulher, você com esse vestido tá parecendo um guiné!
Ai ai! Tô fraca!

No auge da pandemia também teve ensaio de elogio porque elogiar mesmo que é bom, nada!
Tava eu doida pra sair de casa. Um dia, me arrumei toda e fui na farmácia. Assim que cheguei, encontrei uma ex-colega de trabalho que fui logo elogiando pra ver se recebia o meu elogio de volta. Carência é carência, né? Mesmo assim, meti o elogio pra cima:
-Mulher, você tá linda!
Pia mermo o que a mulher me respondeu:
-E aí, você já teve covid? Minina, conheço uma ruma de gente que pegou essa doença.

Deu vontade de dizer:
– Você quer dizer essa doença que deixa as pessoas insensíveis, né?

O humor sempre esteve presente na minha vida. Desde criança. Afinal, sou filha de pais bem munganguentos. Até hoje, pra onde me bulo, vejo uma coisa engraçada. Mesmo nos momentos mais sérios. Há oito anos, resolvi “empacotar” esse humor orgânico e botar “à venda”, em forma de standups, textos, crônicas, podcasts e vídeos postados nas redes sociais. No insta: @_romye e no youtube: Romye Schneider. Divido tudo isso, com o jornalismo, profissão que amo e exerço há 30 anos.

1 COMENTÁRIO

  1. Kkklkkk ainda não se pode afirmar nada, mas que a rotação aumentou no geral, isso sim. Aí cada um com a sua. Vamos acompanhar o novo normal que nos espera. Kkkkk

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