Hiroshima do Brasil

Os EE.UU. tentam, a cada 11 de setembro, comover a comunidade internacional, pelos ataques que sofreram em 2001,quando as Torres Gêmeas, símbolos do império maior, nessa data, vieram a ruir. Atribuiram a ação à organização Al Qaeda. Já se passaram 19 anos e as programações da mídia procuram, junto a população brasileira, pelo menos, lacrimejá-la pelo acontecimento.

Pus-me a levantar uma analogia em relação às duas aeronaves voadoras que na manhã, de céu limpo, de 6 de agosto de 1945, primeiramente na cidade japonesa de Hiroshima, e dia 9, em Nagasaki, despejaram duas bombas atômicas, as quais, em questão de segundos, covardemente, sem qualquer chance de defesa, vitimaram mais de duzentas mil pessoas. As que restaram, passaram a ter um futuro de enormes sequelas, quando não paraplégicas. Indigno-me quando vim a saber, através da história, que o Tio Sam, sorrateiramente, se abastecia de urânio em municípios do extremo-oeste paraibano e potiguar, senhores de jazidas desse minério radioativo, que entra na composição do dito material  nuclear. Dava-se no exato  instante em que a capital da Paraíba, à noite anterior, pelo fuso horário, celebrava mais um aniversário de fundação, regada a festejos profanos e religiosos,  dedicados à Nª  Srª das Neves, sua padroeira.

Por esse triste massacre nenhuma lágrima, uma só ave-maria, se verifica em homenagem aos mortos, escondendo do mundo tal desatino episódio. Só em 1961, por ocasião da renúncia de Janio Quadros, os ministros militares pretenderam lembrar a efeméride, menos de três dias após, impondo ao Governador Leonel Brizola, que defendia a posse constitucional de Jango, calar-lhe a boca, sob pena de bombardeio do Palácio Piratini, no centro de Porto Alegre. Fatalmente atingiria a Catedral Metropolitana, sedes dos Poderes Legislativo e Judiciário, e mais históricos prédios públicos, se consumado. A Praça da Matriz, se transformaria em escombros, isto é, numa nova Hiroshima, sem a sensata e patriótica posição  de sargentos e suboficiais da V Zona Aérea, de Canoas, que decidiram  se recusar cumprir a absurda ordem superior.             Doze Caças F7 e F8 já estavam estacionados na pista de rolamento, porém sob a coordenação do, posteriormente capitão da reserva, Ney de Moura Calixto, e do capitão aviador Danton Machado, todos os pneus foram esvaziados, impedindo a missão suicida.Teriam sucumbido milhares de patriotas, vez que, vibrados com os pronunciamentos de Brizola, em favor da Legalidade, nenhum  deles arredavam os pés, daquele local.

Satyrizando – Só o poder da Covid-19 conseguiria desmascarar os maus políticos do País.

Jornalista

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Inocêncio Nóbrega Filho, nasceu no município de Soledade - PB. Economista, historiador e militante do Jornalismo, há mais de 50 anos. Ingressou na vida de escritor, com o lançamento em 1974, do livro Malhada das Areias Brancas., onde faz um levantamento histórico de sua terra natal. Sua mais recente obra é "Independência! No Grito e na Raça", onde faz uma retrospectiva da Independência do Brasil.

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