Eleição do Botafogo-PB é adiada após descumprimento de decisão judicial

Presidente da comissão, Flávio Wanderley, promotor de justiça, esperou por cerca de três horas para dizer que não tinha condições de cumprir cautelar que recolocava 21 candidatos na chapa da oposição.
A eleição do Conselho Deliberativo do Botafogo-PB, iniciada neste domingo (11), foi cancelada pela comissão eleitoral sob justificativa de não ter condições de cumprir uma decisão judicial. Após receber uma decisão judicial liminar que garantia a inscrição de 21 sócios contribuintes na chapa Belo de Verdade, oposição à atual diretoria, o presidente da comissão, o promotor Flávio Wanderley, segurou a decisão judicial, entregue às 11h57, até por volta das 15h para informar que não teria condições de cumprí-la e decidir adiar a eleição com o compromisso de cumprir.
Após retirar arbitrariamente 26 candidatos da chapa Belo de Verdade, a comissão eleitoral, que se auto investiu de poder para se proclamar como mesa diretora da Assembleia Geral, se viu na obrigação de cumprir uma decisão judicial de incluir 21 dos 26 retirados.
Flávio Wanderley e José Di Lorenzo Serpa Filho, membros da comissão eleitoral e candidatos na chapa Belo Para Todos, da diretoria do clube, esperaram cerca de três horas, das 12 até as 15h, para informar que iria cumprir a decisão judicial que determinava a inserção dos sócios, mas que não teria como cumprir porque a cédula usada até a decisão não constavam seus nomes e que por isso não tinham como cumprir plenamente a decisão.
Os advogados da chapa Belo de Verdade, Guilherme Moura e Diego Fabrício Cavalcanti, os responsáveis por salvar o pleito eleitoral deste domingo da completa falta de isonomia e lisura, foram convocados e ficou acertado em comum acordo com as duas chapas de que a eleição do Conselho Deliberativo deste domingo seria cancelada e uma novo pleito vai ser feita no próximo domingo (18), com a chapa Belo de Verdade constando os sócios inseridos por força judicial e a chapa Belo Para Todos inalterada, com todos os seus 35 candidatos.
Estatuto desrespeitado
O processo eleitoral do Botafogo-PB foi inteiramente contaminado quando dois dos três membros da comissão eleitoral, Flávio Wanderley e José Di Lorenzo Serpa Filho, também eram candidatos na chapa Belo Para Todos, da diretoria. Investidos do domínio completo da comissão, que organiza as eleições, foram retirados sem justificativas plausíveis, desrespeitando inclusive um dos artigos do estatuto do clube na noite de sexta-feira (9).
Ainda sem se averbarem suspeitos, Flávio Wanderley e José Di Lorenzo Serpa não cumpriram o prazo previsto no artigo 48 do estatuto de apresentarem 15 dias antes do pleito das chapas que concorrerem ao pleito.
Mais um atropelo ao estatuto do clube foi visto neste domingo (11). A comissão eleitoral, constituída por Flávio Wanderley, José Lorenzo Di Serpa e Gervásio Farias  se autoproclamar mesa diretora da Assembleia Geral do clube, poder máximo do Botafogo-PB que elege conselheiros e diretores executivos, sob a justificativa de que o presidente do clube, Orlando Soares, havia nomeado os membros da comissão como responsáveis por conduzir a Assembleia Geral.
O parágrafo primeiro do artigo 50 prevê que “quando se tratar de eleição em que seja candidato algum membro de sua diretoria, o presidente do clube não poderá presidi-la (a Assembleia Geral), ficando neste caso dos participantes da Assembleia a escolha de um deles para presidir a reunião.
No artigo subsequente, o estatuto é claro ao afirmar que todas as deliberações da Assembleia Geral serão tomadas por maioria de votos e consignadas em ata assinada pela mesa e pelos associados presentes. Na eleição deste domingo (11) não houve deliberação alguma por voto, todas as decisões foram impostas pela diretoria e pela comissão eleitoral, composta em maioria pelos candidatos da chapa da diretoria.
A chapa Belo de Verdade, em nota, afirmou que “o autoritarismo, as manobras políticas, o descumprimento do próprio estatuto do Botafogo-PB  flagrados na eleição do Conselho Deliberativo neste domingo (11) comprovaram que os diretores do clube estão dispostos a cometer qualquer tipo de excesso para sair vencedores da eleição”.

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