Deus Tempo

O tempo, invencível mecanismo divino! Impulsionado por nuvens que voam pelos céus ou mesmo pelas ondas, ora rebeldes, ora serenas, dos mares deste mundo Terra, o tempo passa e sempre nos conduz por um presente veloz, onde arbítrio e destino constroem o verbo futuro de nossas vidas.

Nas moendas do seu engenho, há sempre uma verdade inevitável: quem planta o bem colherá a paz; quem cultiva a inveja, a prepotência, a ingratidão e a guerra, sem dúvida que no futuro receberá frutos da árvore solidão, de sabores amargos e desprezíveis. Tempo, que numa manhã distante fez da Terra o templo maior dos dinossauros, como também num crepúsculo longínquo transformou essa espécie em peças de um quebra-cabeça arqueológico repleto de mistérios e ensinamentos.

Tempo que guarda consigo segredos que cada dia aguçam ainda mais a vertigem curiosa da Humanidade. O homem incessantemente busca descobrir os enigmas que circundam as pirâmides de Quéops, Quéfrem e Miquerinos. Mas o tempo nunca retorna ao passado, caminha em direção ao futuro, mostrando ao Homem que o amanhã depende da equação resultante das lições vividas e dos atos que no presente exercitamos.

O Tempo, permite o nascimento e a morte de miseráveis e milionários, é o mais justo dos juízes. Não é à toa que seu rosto espelha a face de Deus. Dele ninguém escapa. Com ou sem dinheiro, o Tempo tem demonstrado que os homens vivem dos alimentos que provêm da terra e que, quando morrem, se transformam em alimento de abutres microscópicos, os quais insaciavelmente degustam a embalagem visível de cada um de nós. Deus Tempo, nos guarde do olhar déspota e nos conduza para um mundo mais justo.

Onaldo Rocha de Queiroga é natural de Pombal, formou-se em Direito em 1987, ocupando diversos cargos na área, em várias cidades paraibanas. Atualmente é juiz da 5ª Vara Cível de João Pessoa e ocupa o cargo de juiz auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça da Paraíba. Ingressou na literatura com o livro Esquinas da Vida e prosseguiu com Baião em Crônicas, Reflexões, Por Amor ao Forró, Crônicas de um Viajante, Meditações, Monólogos do meu Tempo; Efeitos, Homíneos e Naturais.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui