Uma doença que causa dor e infertilidade, mas que tem tratamento na Rede Municipal de Saúde. No Mês Mundial de Conscientização da Endometriose, intitulado Março Amarelo, a Prefeitura de João Pessoa alerta para a importância de chamar a atenção da sociedade para uma melhor compreensão do tema, bem como para uma maior sensibilidade de todos.
Na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o tratamento para a doença é oferecido no ambulatório do Instituto Cândida Vargas. O atendimento para esse grupo de mulheres com dor pélvica crônica é realizado através dos ambulatórios de ginecologia geral, psicologia e assistência social, entre outros serviços.
Viviane Meneghetti, coordenadora do Ambulatório do ICV, destacou que o acompanhamento é feito por uma equipe especializada e de forma individualizada. “Aqui, as mulheres são assistidas por médicos especializados e têm oportunidade de entender melhor todo o processo ligado à doença, bem como se adequar a um plano terapêutico direcionado para cada pessoa”, explicou.
O encaminhamento para o serviço é feito pela Unidade de Saúde da Família (USF), passando pela regulação municipal. No local, o tratamento é feito de forma medicamentosa, com duração em tempo variável, de acordo com cada caso. Nos casos de planejamento familiar e teste do pezinho, o funcionamento é demanda espontânea, tendo atendimento de segunda a sexta-feira, até o meio dia.
Para Maria José, usuária do serviço, que sofria com mioma durante muitos anos, o serviço trouxe de volta a alegria e uma vida sem dores. “Fazia uso de algumas medicações, mas não parava com as dores e os sangramentos. Sofri muito tempo com anemia por conta das hemorragias. Aí procurei o serviço ambulatorial da Cândida Vargas, onde fui bem atendida e bem assistida, fazendo todos exames necessários. Só tenho a agradecer, pois hoje acordo sem dor e sem sangramento e posso seguir uma vida normal”, detalhou.
Além do atendimento de outras doenças ligadas ao aparelho genital feminino, outros serviços são oferecidos no Ambulatório do Cândida Vargas, a exemplo do pré-natal de alto risco, atendimento para mulheres em idade fértil e gestantes com especialistas em áreas como endocrinologia, pneumologia, psiquiatria, cardiologia, neurologia e reumatologia; atendimento pediátrico em puericultura, follow up do Método Canguru para recém-nascidos, além de gastroenterologia, otorrinolaringologia e alergologia pediátricos.
São ofertados ainda outros serviços, como o do video-histeroscopia diagnóstica e cirúrgica, planejamento familiar com inserção ambulatorial de DIU (dispositivo intra-uterino), teste do pezinho, cardiotocografia, colposcopia, vulvoscopia, e atendimento multiprofissional com enfermeiras, fisioterapeutas, fonoaudiólogas, nutricionista e psicólogas. “Todos capacitados e preparados para oferecer um acolhimento humanitário e técnico para nossas usuárias”, garantiu a coordenadora.
Endometriose – É uma doença que ultrapassa os limites anatômicos do corpo da mulher, pois também atinge sua estrutura mental. Muitas vezes, a dor crônica e incapacitante não é valorizada pelo profissional, em outras existe a esterilidade, impossibilitando a realização do sonho da maternidade. Assim, essas mulheres caminham anos sem um diagnóstico e sem um olhar humanizado.
Março Amarelo – É o Mês Mundial de Conscientização da Endometriose, criado para que mais pessoas tenham acesso à informação e tirem as dúvidas que existem ao redor da doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde, no mundo todo estima-se que 10% a 15% das mulheres em idade reprodutiva apresentam quadros endometrióticos. No Brasil, uma em cada dez mulheres possui algum tipo de endometriose.
Foto (Ivomar Gomes)