Especialista explica motivos que induzem pessoas a criar “fake news” sobre a pandemia

Há pouco mais de ano o mundo vem enfrentando à pandemia do coronavírus. ‘O vírus foi criado na China para eles venderem a vacina’, ‘A vacina não tem eficácia’, ‘Quem já teve Covid-19 não precisa ser vacinado’ essas e tantas outras frases são informações falsas que já circularam durante este período por meio de redes sociais e grupos de mensagens na internet. Mas, afinal, o que induz as pessoas a construírem essas mentiras?

Neste 1º de abril, Dia da Mentira, a psicóloga do Sistema Hapvida em João Pessoa, Michelle Costa, aproveita a data para explicar que o fato de a pandemia ser algo ‘novo’, tudo pode ser criado a respeito desse momento, inclusive, as fake news. “Geralmente existem pessoas que são influenciadas por figuras de relevância política e social, estas criam as suas impressões e divulgam. O fato de desconhecer a doença e de juntar com seu credo pessoal faz com que pessoas deturpem o real sentido da doença”, esclarece.

Para se ter ideia de como as pessoas acabam caindo em mentiras que envolvem a Covid-19, o instituto YouGov e a revista The Economist realizaram uma pesquisa em 2020 e apontaram que 13% dos americanos acreditavam que a Covid-19 era uma farsa. Dos entrevistados, 49% acreditava que a pandemia pode ter sido provocada pelo homem. A pesquisa identificou ainda que foi fácil encontrar exemplos de pessoas instruídas que caem nesse tipo de mentira.

Desse modo, a especialista lembra que a forma como as informações são levadas até a população, por vezes induzem os indivíduos a tomar medicamentos indevidos, ter medo da vacina, pensar que a Covid-19 só atinge pessoas de mais idades, a exemplo dos idosos. “A forma como essas fake news são passadas, se através de redes sociais, onde milhares de pessoas têm acesso, faz com se que ignorem as fontes, que levem em conta apenas o conteúdo da mensagem, sem a preocupação de verificar se a fonte, de fato, é segura”, pontua.

Michelle Costa assegura que a busca por informações em sites e jornais locais podem ser ótimos aliados nesse processo de identificar o que é mentira ou verdade acerca da pandemia e ressalta que o ideal é saber a fonte das notícias que chegam numa tentativa de minimizar a circulação de mentiras sobre o assunto. Mas lembra que a humanidade teme o desconhecido e acredita que, em algumas situações, as fake news são uma espécie de ‘defesa’ diante do desconhecido, para torná-las mais familiar. “Ter cuidado, ter informações verdadeiras, de fontes seguras, faz com que todas as pessoas fiquem mais protegidas das fake news”, alerta.

Canal de Esclarecimento – Com a finalidade de desmentir as fake news, o Ministério da Saúde criou um canal onde é possível indicar as mentiras e verdades sobre a pandemia do coronavírus. Quem recebe uma informação e quer confirmar a veracidade antes de compartilhar, basta enviar uma mensagem para o número de WhatsApp (61)99333-8597.

Entre as mentiras identificadas como fake news por meio deste canal estão: Vacina da gripe aumenta risco de adoecer por coronavírus; Máscaras de doação da China são contaminadas com coronavírus; Café previne o coronavírus; Beber água de 15 em 15 minutos cura o coronavírus.

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