O consumo de vitaminas, polivitamínicos e minerais sempre fez parte da vida do povo brasileiro como uma forma de reforço na nutrição. Porém, com a pandemia do coronavírus houve um aumento na ingestão desses suplementos. Inicialmente, houve um acréscimo na procura por vitamina C com Zinco e, em um segundo momento, pela vitamina D para o aumento da imunidade.
O endocrinologista do Sistema Hapvida em João Pessoa, Francilino Leite, explica que apesar das pessoas terem aumentado o consumo das vitaminas C e D durante a pandemia, a ingestão dessas substâncias como suplementação não deve ser encarada como uma regra e alerta que o consumo excessivo pode trazer riscos à saúde. “O uso inadequado desse tipo de medicação pode gerar sérios riscos. Para exemplificar, entre os problemas ocasionados pelo uso em excesso de vitamina D, está a intoxicação gerando sintomas como náuseas, vômitos, constipação intestinal, pedras nos rins, desidratação, confusão mental e pode levar, inclusive, o indivíduo à morte”, alerta o médico.
“Não é preciso necessariamente que a população recorra a essa suplementação apenas por conta da pandemia da Covid-19. É preciso avaliar cada caso, pois nem todas as pessoas precisam desse reforço, principalmente aquelas que possuem uma alimentação saudável, com variação de cores no prato”, afirma.
Já em relação à vitamina D, o endocrinologista aponta que após alguns estudos que comprovaram que pacientes com Covid-19 apresentaram baixos níveis dessa vitamina no organismo, houve um aumento da procura desta substância nas farmácias. Com isso, o médico ressalta que a prescrição de vitaminas, principalmente a do tipo D, é indicada quando, de fato, há uma baixa nos níveis recomendados pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia. Já que ela é importante para saúde óssea e melhoria da imunidade.
Francilino Leite assegura que o uso de vitaminas e minerais só é benéfico em casos específicos. “Pessoas que realmente não as consomem em uma dieta diária, pacientes com restrições alimentares ou em indivíduos com alguma enfermidade mais grave são os recomendados para fazer uso da suplementação. Lembrando que, independente do caso, é sempre bom buscar orientação com um médico e/ou nutricionista”, pondera.