OnCall: aplicativo de saúde devolve autonomia e acesso à informação ao paciente oncológico

Com linguagem simples e design intuitivo, app permite ao paciente marcar consultas, conversar com profissionais e agendar alertas para medicamentos

Colocar o paciente numa posição de centralidade e controle de seu próprio tratamento, podendo gerenciar pessoalmente consultas, exames e medicamentos e contando com o suporte de um profissional sempre que necessário: é esse o principal objetivo do OnCall, aplicativo de saúde desenvolvido para auxiliar pacientes oncológicos durante o difícil processo de tratamento do câncer. A doença, de acordo com estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), deve afetar mais de 625 mil brasileiros entre 2020 e 2022.

O OnCall, app para smartphones concebido pelo oncologista Thiago Lins Almeida, diretor do Hospital Napoleão Laureano, em João Pessoa, possibilita ao usuário agendar consultas, acompanhar o aparecimento e evolução de sinais e sintomas, carregar e baixar arquivos – como resultados de exames – e criar alertas de horários para medicamentos. Além disso, é possível ainda entrar em contato direto com o médico por videoconferência e tirar dúvidas sobre tratamentos e procedimentos por meio de um chatbot.

O paciente ganha, assim, autonomia, conforto e informação de forma rápida e intuitiva, evitando fatores de estresse como idas desnecessárias a hospitais, longos períodos de espera e falta de conhecimento sobre a doença. Para tornar a experiência menos mecânica e mais humanizada, a utilização do app, desde o momento inicial de cadastro e registro de informações do paciente, é mediada por uma assistente virtual, que promove um diálogo com o usuário e facilita a compreensão por meio de uma linguagem simples e de caráter empático.

“O principal diferencial do OnCall é que, através dele, o paciente ganha autonomia durante todo o tratamento”, explica o Dr. Thiago Lins, idealizador do aplicativo. “Se antes era necessário esperar uma ou duas semanas – ou até mais tempo – até a consulta seguinte para ter acesso a informações e atualizações do tratamento, com o app o paciente tem acesso a esses dados de forma clara e organizada, no seu celular, quando quiser ou precisar”, acrescenta.

Construção multidisciplinar

O processo de idealização e construção do aplicativo foi realizado pela Fabwork, empresa paraibana que viabiliza processos de transformação digital, com o uso da metodologia Design Sprint, que permite colocar o produto em contato direto com o público-alvo e assim entender mais eficazmente suas demandas, necessidades e dificuldades.  Por meio de uma equipe multidisciplinar que contou com profissionais de Medicina, Design, Tecnologia e Negócios, o OnCall foi testado com pacientes oncológicos, que tiveram a oportunidade de oferecer um feedback sobre sua experiência com o app, apontar pontos positivos e sugerir melhorias.

“Durante cinco dias, nós conduzimos uma dinâmica colaborativa e sistêmica para que o Dr. Thiago pudesse ter o seu protótipo construído e testado por pacientes oncológicos”, detalha Leonardo Ebling, head de produtos e negócios da Fabwork. “O fato de termos conversado com especialistas da área durante a dinâmica, além de termos seguido uma jornada estruturada usando o método Design Sprint, nos permitiu sair da ‘ideia’ trazida pelo Dr. Thiago para uma realidade de desenvolvimento de produto tecnológico”, avalia.

O aplicativo foi, assim, desenvolvido sob a ótica de um produto de fato empático e eficiente, que compreenda as especificidades de cada paciente e esteja pronto para atendê-las. “Sabemos que o tratamento oncológico representa um período difícil para o paciente, tanto física quanto psicologicamente. Esse processo de escuta e atenção é, então, fundamental, e o aplicativo facilita essa relação com o especialista e favorece a humanização de todo  o processo”, conclui o Dr. Thiago Lins.

Telemedicina é tendência nos diversos níveis de cuidado

O OnCall se insere na emergente modalidade de telemedicina, onde a troca de informações sobre o diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças é feito remotamente, com o auxílio de ferramentas de Tecnologia da Informação e Comunicação. Prática reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a telemedicina é amparada no Brasil pela Resolução 1.643/2002 e traz uma série de benefícios à equipe médica e ao paciente, como redução de deslocamentos, ampliação do acesso à informação nos diferentes níveis de cuidado, acompanhamento por meio de equipes multidisciplinares e realização de consultas online em locais onde o atendimento presencial é limitado ou remoto.

​Marcelo Lima

 

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