Cativeiro apocalíptico

A droga tem efeitos e danos devastadores. O poder de aniquilamento daqueles que se aventuram pelo vício da maconha, cocaína, da merla, da heroína é absurdamente cruel.
A droga chega como se fosse uma fêmea deslumbrante, cativante e sensualmente atraente. Seduz ao primeiro contato, mostra-lhe um mundo completamente de fantasias e depois lhe aprisiona e escraviza. Inicialmente te conduz para um circuito de euforia, aos poucos também te leva para o inferno. As dores impostas por essa fêmea maldita invadem a existência humana e, sem pedir licença, sujeita o viciado a uma servidão mutiladora, levando com ele a família inteira, que passa a sofrer conjuntamente os males dos delirantes desvarios decorrentes das drogas.
Para ela, a droga, não importa se o sujeito é branco, preto, rico ou pobre. No asfalto, na favela, no morro, na zona rural, seja onde for é preciso enfrentá-la. A juventude está sendo sacrificada dia-a-dia pelo tráfico. Não adianta querer cobrir o sol com a peneira. Não podemos olhar com desdém a problemática das vítimas do abominável tráfico de entorpecente. Não devemos temer o poder da pedra do crack. Aliás, quantas pedras são postas em nossos caminhos? Já disseram que no caminho de um homem existem muitas pedras, algumas fáceis de serem removidas, outras, contudo, constituem lápide sepulcral. Se a pedra do crack demonstra-se impiedosa, nefasta e mortal, na verdade, constitui um barato que sai caro demais.
Devemos priorizar ações voltadas para a cultura, esporte e a fé, evidentemente, contida em todas as religiões, que de mãos dadas podem esquecer as divergências e se unirem para derrotarem um inimigo comum: a droga. Eliminá-la é construir um futuro digno e repleto de paz. Ou o homem acorda e aniquila a droga, ou esta lhe enviará definitivamente para um cativeiro.

Onaldo Rocha de Queiroga é natural de Pombal, formou-se em Direito em 1987, ocupando diversos cargos na área, em várias cidades paraibanas. Atualmente é juiz da 5ª Vara Cível de João Pessoa e ocupa o cargo de juiz auxiliar da presidência do Tribunal de Justiça da Paraíba. Ingressou na literatura com o livro Esquinas da Vida e prosseguiu com Baião em Crônicas, Reflexões, Por Amor ao Forró, Crônicas de um Viajante, Meditações, Monólogos do meu Tempo; Efeitos, Homíneos e Naturais.

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