Olimpíadas : nunca mais eu durmo?

Nem sei como tô conseguindo escrever este texto. É um olho aberto e o outro fechado. Não dá nem tempo de entender como é essa coisa de, aqui no Brasil ser de manhã e no Japão ser de noite. Com um sono da bixiga desse, vou entender o que? Digamos que tô numa fase meio “zumbi”, que começou junto com as Olimpíadas do Japão. Você também? Só Deus sabe se meu sono vai voltar ao normal um dia.

Mas, a culpa disso é de mainha. Como é que uma criatura pode gostar tanto de jogo como ela, minhagente? E, como pode ela me enrolar tanto? Quando menos espero, já caí nas águas dela e tô lá pinotando em frente à TV.

Mas, preciso explicar uma coisa. Não é que ela goste de toda modalidade esportiva. Nananinanão! Mainha é louca por futebol e DESESPERADA por vôlei.

– Vem dormir aqui, minha filha, pra gente assistir o vôlei. Hoje o Brasil vai jogar com o Japão!
– É de que horas?
– Uma hora da madrugada.
– Marmulé, eu vou me lascar! Como vou trabalhar amanhã? Preciso dormir, no mínimo, seis horas, pra acordar bem e funcionar mais ou menos. Caso contrário, dirmantela tudo.

Bom basta! Meus argumentos não adiantam de nada! Lá fui eu! E já que tava lá, pensei: vou fazer uma comida diferente pra gente comer vendo o jogo. Mesmo sendo péssima de cozinha, arrisquei, afinal, tem o Google e um mói de gente que entende do babado. Fiz guacamole, uma comida mexicana que adoro. Ficou ótimo. Pelo menos, eu achei. Já ela, não deu um real de cabimento:
– Quero não! Tô de bucho cheio!
Marminhagente!
Fazer o que? Só me resta sentar com ela pra ver as outras provas esportivas, antes do vôlei. Mas, ela só me surpreende:
– Vou dar um cochilo. Quando for começar o vôlei me chame.
Mas, eu sou mole, viu! Me deixou sozinha na sala. Mas, também, descontei no guacamole. Acho que vou passar um ano, mais ou menos, sem nem querer ver a cor. Mentira. Hoje mesmo eu quero de novo.

Só sei que tava saindo guacamole até pelos meus cabelos, quando começou o vôlei. Fui acordá-la. Bastou dizer a palavra mágica – vôlei – que ela deu um “salto duplo twist carpado” igual à Daiane dos Santos, só que da cama direto pra sala.

Já eu, tava igual à comida que fiz: mole mole. Resultado: mal agüentei o primeiro set do jogo. Ser chef de cozinha, depois de um dia corrido, incluindo fazer feira e tudo, não agüentei. Só as pessoas jovens, como Clizete, a minha mãe, conseguem esse puxincói.

Tô doida que chegue hoje de noite pra dormir. Torço sempre pelo Brasil, mas, neste caso, a minha torcida é que não tenha jogo de madrugada, principalmente, de vôlei. Afinal, até os atletas olímpicos descansam, né? Mas, alguém aí, diga isso a mainha, pelascaridade! Caso contrário, nunca mais eu durmo.

Eu vivo do jornalismo, desde quando me formei, no início dos anos 90. Até que em 2014 passei a desempenhar mais uma função: a de humorista. Há quem diga que sou uma jornalista engraçada e eu digo que o humor sempre esteve presente na minha vida. Desde criança. Afinal, sou filha de pais bem munganguentos. Aprendi com eles a rir de nós mesmos. Isso ajuda nos momentos mais sérios da vida. Há 10 anos, resolvi “empacotar” esse humor orgânico e botar “à venda” em forma de standup, textos, crônicas, podcasts e criação de conteúdo para o insta: @romyeschneider.

6 COMENTÁRIOS

  1. Eu já quero que o Japão mande trocar o fuso horário deles pra eu conseguir assistir e regular meu sono!
    Não fui esperta como vó, dormir antes e acordar na hora de ver os meninos kkkkkkk

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