Após um ano da execução do empresário Abson Matos, que fazia inúmeras denúncias contra o ex-prefeito de Pedras de Fogo, Dedé Romão, e seu grupo político, o crime continua impune, sem nenhum acusado sendo identificado ou preso. Abson foi executado com vários tiros na cabeça no dia 05 de agosto do ano passado, dentro do seu estabelecimento comercial, localizado na Rua das Turmalinas, que fica em Itambé, cidade pernambucana dividida de Pedras de Fogo apenas por uma rua.
Na época do crime, o então delegado de Pedras de Fogo, Paulo Martins, declarou, em entrevista a imprensa local que o crime teve motivações políticas. “A meu ver esse crime foi no meio político. Não estou formando opinião. Apenas eu acho que foi um crime político”, declarou.
Paulo Martins também confirmou que Abson Matos fez denúncias contra o poder público local, devido ao suposto uso de máquinas da prefeitura de Pedras de Fogo para o beneficiamento de terrenos privados.
Abson Matos ficou conhecido no município por participar de diversos programas de rádio e de TV denunciando supostas irregularidades na prefeitura de Pedras de Fogo, na gestão de Dedé Romão. Ele também era bastante conhecido por ter criado o slogan “Bomba, Bomba” e divulgar áudios em grupos Whatsapp com acusações contra Dedé Romão e seu grupo, entre eles o presidente da Câmara de Vereadores, Ninho da Mangueira, por isso existem as suspeitas de motivação política no crime.
Em um dos últimos áudios, que circulou nos grupos de Whastapp, a época, o empresário revelou que estava sendo ameaçado de morte por uma pessoa próxima a Dedé, a quem ele chamava de primeiro ministro, e afirmava que não iria se intimidar.
“Não iremos nos calar, não adianta está me ameaçando de morte e mandando recado por babões, dizendo que vai calar minha boca, nem que seja no chumbo. Iremos entrar com processo de ameaça, porque é inadmissível o gestor de um município entrar em desespero e ameaçar as pessoas, que estão fiscalizando a má administração que está acontecendo no município de Pedras Fogo”, declarou Abson antes de ser executado.
No áudio, Abson dizia que se fosse executado, seus áudios e história ficariam circulando na cidade.
“Pode até me calar na bala, como falaram, que vão estourar minha cara na bala. Mas, meus áudios e minha história vão ficar circulando na cidade”, disse.