Rebeka Paiva Manchas mais esbranquiçadas, avermelhadas ou acastanhadas, que são pouco visíveis e com limites imprecisos. Assim caracteriza-se a hanseníase, uma doença infectocontagiosa, transmitida através de vias aéreas e que tem cura. O tratamento é gratuito e ofertado na rede municipal de saúde, através das Unidades de Saúde da Família (USFs). A coordenadora da Área Técnica de Prevenção a Tuberculose e Hanseníase da Secretaria de Saúde de João Pessoa, Eveline Vilar, explica que doença ainda provoca alteração da sensibilidade no local, podendo acontecer rarefação de pelos e até ausência de transpiração. “Quando o nervo de uma área é afetado, também pode surgir dormência, perda de tônus muscular e retrações dos dedos, com desenvolvimento de incapacidades físicas. Já nas fases agudas, é comum aparecer nódulos e/ou edemas nas partes mais frias do corpo, como orelhas, mãos, cotovelos e pés”. A transmissão da doença acontece por via respiratória, quando existe uma convivência muito próxima e prolongada com indivíduos que apresentem o a doença e que, por ventura, não estejam realizando o tratamento. Esses indivíduos podem apresentar grande quantidade de bacilos, o que facilita a transmissão por vias aéreas superiores. “A perda ou alteração da sensibilidade é o principal sinal de alerta para a doença. Por isso, é de extrema importância que pessoas que tenham manchas com alteração de sensibilidade procurem a Unidade de Saúde da Família mais próxima de sua casa para que seja avaliado por um profissional médico e, se for o caso, já dar início ao tratamento. O tratamento é gratuito, realizado na própria unidade e com 100% de cura”, orienta Eveline. O principal acesso para o cuidado é a Atenção Básica, por meio da Unidade de Saúde, onde é possível realizar o exame clínico para diagnóstico da doença, além de todo o tratamento e acompanhamento com a equipe de saúde. “Em casos mais graves, caso a equipe da Unidade considere necessário, o usuário pode ser encaminhado para os hospitais de referência para o tratamento da doença que é o Hospital Clementino Fraga e Hospital Universitário Lauro Wanderley (HULW)”, conclui a coordenadora da Área Técnica de Prevenção a Hanseníase. Dados – Em João Pessoa, dados da área técnica da Secretaria de Saúde, indicam que de janeiro a agosto deste ano já foram notificados 42 novos casos de hanseníase. Em 2020, o número foi de 68 casos em residentes da Capital. O Brasil é o segundo país no mundo em casos de hanseníase. De acordo com o último Boletim do Ministério da Saúde, em 2019 foram contabilizados 23.612 casos da doença no Brasil. Doença – A hanseníase é uma doença causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Trata-se de uma doença conhecida há mais de 4.000 anos. Sua primeira identificação na comunidade científica aconteceu em 1873 pelo cientista Armauer Hansen, que deu origem ao nome hanseníase. O ser humano é o principal reservatório natural da bactéria causadora da patologia. Foto- Ivomar Gomes |