Feriado em pandemia é a merma coisa que palito em boca de banguelo. Não adianta de nada. E quando a pessoa tá lisa, então? Eu sempre tô, mas, agora, tá com a gota. Tô vendo a hora vender o almoço pra comprar a janta.
E, na ânsia de saber se nesse ia ser diferente, inventei de fazer as contas, um dia antes do feriado. Marminino, pra que? Pra passar o dia me lastimando. Só se for.
E olha que o dia da independência cai no começo do mês. Nas contas que fiz – de besta – descobri que o meu salário só deu até ontem, dia 06. Chegou domingo e eu ostentando porque tinha R$ 100,00. Adivinhe o que aconteceu? O gás acabou. Não sei se você já percebeu que gás tem algo de sobrenatural, sei lá, porque só se acaba em horário dirmantelado. Quando vai fazer o café, ou cozinhando o almoço pra levar pro trabalho, ou quando sabe que a pessoa tá mais lisa que bunda de santo.
Ele viu que eu só tinha aquele dinheiro e pensou: vou logo me acabar, antes que ela gaste. E lá se foi meu $. Minha Nossa Senhora da Caristia, um gás por R$ 100,00??? Olhe por nós! E o home ainda disse que vai ter aumento daqui a pouco. Só sei que tô dormindo agarrada com o bujão. Vai que um ladrão entra aqui. Ele pode levar tudo, mas, o bujão fica, viu!
Agora, me diga. Independência de que, pelascaridade? Pra pessoa se desesperar na hora que quiser? Sim, porque eu consegui comprar o gás, mas, e a comida? Dia desses, na feira, fui enfartando de corredor em corredor. Só enchi a metade do carrinho e ainda deixei a metade da metade no caixa. Mainha também. No mesmo caixa. Pensei que ele ia mangar da gente, mas, certamente, deve tá fazendo a mesma coisa. E quem num tá?
Inclusive, o ovo ficou lá também. Quando vi o preço, pensei: eu não sou obrigada. Vou comprar noutro canto. Como se a gente tivesse opção.
Ah tá! Independência deve ser isso. Você escolher entre um produto absurdamente caro e outro demasiadamente caro.
Enfim, não comprei nem a pau naquele lugar careiro dos inferno e tive uma ideia, bem idiota, vou logo adiantar: fui a pé, com a desculpa de que daria uma caminhada e compraria o ovo mais barato, ao mesmo tempo. Até que era menos caro uns poucos reais, mas, como toda economia vale a pena… Economia pode até ser, mas, burrice não. Me empolguei tanto que comprei logo duas bandejas.
Assim que saí da venda, notei que não tinha sido uma boa ideia para este corpo com hérnia de disco. Sim, porque numa caminhada longa até ovo pesa. E era um caqueado, viu! Bota na mão direita, na esquerda, pendura, vai cair, apoia no braço, bota em cima do que tiver no caminho, respira, começa tudo de novo e assim, cheguei, com os ovos em ordem. Já eu, fiquei toda estropiada. Economizei? Sim, mas, um mês depois e ainda tô mais quebrada que arroz de terceira. Independência ou morte?
Mas, como andam dizendo por aí que somos cidadãos livres, comprei um carro financiado. Eba! Tenho um carro, vou pra onde eu quiser, tanranran (cantando de tanta alegria). Ops! Nananinanão – diz a realidade! Como assim? Assim…chega feriado, final de semana, e você pode ir pra onde quiser, mas, ele fica na garagem porque gasolina que é bom…só entra nele de pouquim em pouquim e muito de vez em quando. É tanto que um dia, fui botar mais um pouquim do que o de costume, vi a hora ele dá um pinote e dizer ao frentista: eiiiiii!!!!!! Tira isso daqui. Quer me afogar, é?
É. Independência?
Kkkkkkk Muito bom! I dependência ou morte! Estamos msis para a segunda opções, mesmo.
Morre-se por muito pouco nesse país!
Ainda bem que sua graça nos torna um pouco independente.
Parabéns!
Aí meu pai do céu, vc me faz rir até nas horas difícil.
É amiga essa vida que estamos levando tá complicada mesmo, essa frase independente ou morte acredito que estamos mas pra morte se nada mudar.?????