POBRE DO SETE !

Assim como 1º de abril, dia da mentira, o número 7  é a conta do mentiroso, diz a tradição. Protesto, pois nasci num sete, nada tendo a  me lamentar.  Orgulho-me,  até, vez que nessa data o mundo se transformou,  com a Revolução  Bolchevique, num 7 de 1917, trazendo  o operário ao poder.  No nordeste brasileiro, a Revolução de 1817. Assim, muitos sete(s) na história. Mas, o 7 de Setembro,  outrora comemorado, anualmente, em todo território nacional,  com a dignidade e honras que merece nossa Independência. Salvo algumas exceções, de algumas cidades, neste ano foi criminosamente riscado do calendário na Capital Federal.  A Pátria é, por igual, nossa Mãe, com efeito deve ser festejada.

Pode-se arguir a predominância, ainda, da Covid-19, não fora sua substituição por comício político, em favor de um pré-candidato, que para tanto utilizou dinheiro público, que poderia nutrir, embora momentaneamente, muitas famílias necessitadas. Pasme, o desrespeito maior veio do Palácio do Planalto, na figura do Chefe da Nação, cuja integridade da democracia jurou defendê-la. Quando dizemos Dia da Pátria, nele estão implícitos valores civis, morais, sociais, políticos e constitucionais, os quais, sob qualquer hipótese devem ser vilipendiados. É bom que se entenda, abaixo da bandeira hasteada jazem milhares de cruzes, erigidas por ineficiência sanitária do governo federal.

Já não ouvimos, como ontem, nas emissoras de rádio ou televisadas, hinos cívicos, representações alusivas ao ato do Ypiranga, menções prévias de órgãos culturais e de Institutos Históricos. Já se não solfeja, como tempos atrás, o Hino Nacional, nem o Hino da Independência, cuja música é do próprio autor do Grito da Independência ou Morte! Ouvem-se, sim, o histerismo beligerante, desacatos à Constituição, de negação à harmonia, diante de multidões de apoiadores, parte financiadas por certos empresários inescrupulosos.

Vimos um 7 de Setembro civicamente pálido, com a população descrente de seu futuro, um País de desassistidos pela fome, desemprego, mortandade generalizada, desprezo pela educação, porém farto de corrupções e de desvio de conduta, exemplados por autoridades da República, a zombarem o império das leis. Um frígido 7 de Setembro, cujo 1º mandatário da Nação vai à palanque verberar o desmonte de um Poder, que simboliza o equilíbrio desse sofrido País. Pior, no início da contagem regressiva rumo ao Bicentenário da Independência, pelo que esperamos estejamos sob presidência de alguém sem ódio e autoritarismo, comprometido com os nossos destinos, em atenção à mensagem do  Imperador, Pedro I: “Laços fora, soldados”, isto é, “Laços fora, traidores da Pátria”! Eis como haverá de ser o próximo Sete.

Jornalista

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Inocêncio Nóbrega Filho, nasceu no município de Soledade - PB. Economista, historiador e militante do Jornalismo, há mais de 50 anos. Ingressou na vida de escritor, com o lançamento em 1974, do livro Malhada das Areias Brancas., onde faz um levantamento histórico de sua terra natal. Sua mais recente obra é "Independência! No Grito e na Raça", onde faz uma retrospectiva da Independência do Brasil.

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