Tô surtando!

Sempre escrevo textos mais puxados pro humor. Dessa vez, peço desculpa por não ter conseguido, pois, tô já surtando. E quem num tá? E preciso compartilhar uma coisa que vem me acontecendo.

Convenhamos que a vida real tá mais real do que sempre foi, né? Pelo menos é o que venho notando. Ou seja, é uma overdose de realidade. Diante disso, o ser humano tá desesperado por algo que o faça voltar a sonhar; pensar que pode ser diferente, resumindo, tamo precisando de paixão na nossa vida real.

É aí onde entra o motivo que tá me levando à “loucura”. Na verdade, um deles. Tô falando de algo que tá arrudiando a gente igual abelhas que acabam de ter a sua “casa” ameaçada. Jesus! Pra onde a pessoa se bole…tão lá, “ferroando”. A depender da espécie, o estrago é bem grande. Enfim…tô querendo falar de coach, que, em português quer dizer treinador ou treinadora.

Estão por toda parte. Teve rede social, tão dentro, fora, em cima, em baixo, “ferroando”. E, pra completar, tem um tal de algoritmo que, se a pessoa respirar perto das redes, já vai aparecer um mói de coach dizendo como respirar melhor. Aí, você pensa: oxe! Esse bicho tá doido, é? Em questão de segundos, aparecem as fórmulas pra você não endoidar. Mas, tem também dicas de como arrumar a casa, o guarda-roupa; como educar os filhos; qual o colar que combina com aquela roupa e, esses dias, apareceu pra mim até uma mulher ensinando como usar pochete (aquele emoji com as mãos no rosto e a boca aberta). Menina, uma coisa vai puxando a outra e vai e vem. Entendeu? Eu não!

Só sei de uma coisa: mandona como sou, tenho um abuso tão grande de receber ordens. Affff!!!

No meu instagram tem coach de todas as espécies. Desconfio que a “casa das abelhas” seja ali. Alguém disse: vai ocultando. Já tô com as pontas dos dedos doendo e bom basta! Num dá vencimento nem cagota! Eu com esse cabeção não paro de pensar, né. E, cada coisa que chega, é um coach diferente que vai aparecendo. Cada um com um ensinamento, uma ideia, uma solução pra você ficar rico, ter um relacionamento perfeito, dinheiro estufando pra fazer o que quiser, viajar, esquiar, comer lagosta no café da manhã, blá blá blá.

Não vou mentir que até me divirto. Têm uns que fazem vídeos nas Ilhas Maldivas, com uma Ferrari na garagem e diz: “sabia que você também pode ter tudo isso”? Como, meu santo? Alguém avisa a esse cidadão que o gás tá custando R$ 100, a gasolina R$ 6,00 e a carne…

Têm outros que levo mais a sério porque são filósofos, sabidos que só a peste. Até que um deles disse: “Vai fazendo o melhor que você pode, da melhor forma, com o que tem hoje”. Taí! Eu gostei. E já saí correndo atrás de um lápis pra anotar a sugestão que me pareceu a única interessante, diante da minha situação atual de vida real bem real.

Acontece que, depois que escrevi, analisei melhor, pensei pra lá, pensei pra cá e questionei: oxe! E não é isso que eu já faço desde o dia que me entendo por gente que trabalha e paga as próprias contas? E quem não?

Inclusive, anotem aí! Tô exausta de tanto fazer isso. Mas, não deixa o algoritmo saber não, senão tome curso de como não ficar cansada de tanto dar “murro em ponta de faca”.
– O que? Já tem? Sabia não! Fui!
– Psiu!

O humor sempre esteve presente na minha vida. Desde criança. Afinal, sou filha de pais bem munganguentos. Até hoje, pra onde me bulo, vejo uma coisa engraçada. Mesmo nos momentos mais sérios. Há oito anos, resolvi “empacotar” esse humor orgânico e botar “à venda”, em forma de standups, textos, crônicas, podcasts e vídeos postados nas redes sociais. No insta: @_romye e no youtube: Romye Schneider. Divido tudo isso, com o jornalismo, profissão que amo e exerço há 30 anos.

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