A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é destinada às pessoas que não tiveram a oportunidade de frequentar a escola na idade adequada, permitindo retomar os estudos de onde foram interrompidos. E a Prefeitura de João Pessoa oferece essa oportunidade em 54 escolas da rede municipal de ensino. Segundo informações da Divisão da Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação e Cultura (Sedec), atualmente são 6.450 alunos matriculados e uma equipe formada por 574 professores.
Maria do Socorro Arruda Diniz Pires é professora e chefe da Divisão da EJA do Ensino Fundamental. Ela ressaltou que o acesso à educação é um direito fundamental e a EJA tem um significado extremamente importante para a sociedade, especialmente para aquelas pessoas que não tiveram acesso à escola ou pararam de estudar.
“Alfabetizar pessoas nessas faixas etárias reproduz a universalização do direito à educação. O nosso objetivo é educar e alfabetizar pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar. A partir do momento que o sujeito se conecta e compreende que a escola, além de um espaço educativo, proporciona bem-estar e o coloca em uma posição de igualdade e direitos, as coisas naturalmente passam a fluir e a multiplicação desses valores é apenas uma questão de tempo”, completou Socorro Diniz.
O valor dos estudos – João Letício de Souza, diretor da Escola Municipal Oscar de Castro há 39 anos, destaca o papel do educador no projeto da Educação de Jovens e Adultos. Segundo ele, é muito importante que o educador consiga ajudar os alunos a identificar a utilidade e o valor dos estudos, usando atividades relacionadas ao cotidiano dessas pessoas, buscando produzir aulas dinâmicas e pensando em maneiras de expandir os horizontes.
“Mais do que apenas conseguir um certificado que lhe permita novas possibilidades e até prestar uma faculdade, a educação por meio da EJA é uma maneira significativa de modificar vidas. Afinal, é por meio dela que as pessoas conseguem ter um olhar mais crítico do mundo e da sociedade, definir o seu papel como cidadão e fazer a sua voz ser ouvida. Sem isso, dificilmente a educação conseguirá modificar as realidades nas quais esses indivíduos estão inseridos”, pontuou.
Dificuldades superadas – João Paulo Francisco Gomes, de 16 anos, morador do bairro de Oitizeiro, narra sobre a dificuldade de ter que escolher entre estudar e trabalhar. “Na minha idade, preciso ajudar em casa, mas o diretor João Letício incentiva minha família e a mim a me manter focado nos estudos. A única maneira que a gente tem de melhorar de vida é através dos estudos”, afirmou.
Cleilton Fernando da Silva, também de 16 anos, relata sobre como a pandemia trouxe dificuldades para quem estuda. “A pandemia da Covid-19 trouxe muitos problemas, porque era difícil acompanhar aulas online. Mas agora, com a volta das aulas presenciais, tudo melhorou. Estamos investindo no nosso futuro e isso é o mais importante”, frisou.
Como se inscrever – As matrículas para a EJA podem ser feitas presencialmente de segunda a sexta-feira, das 8h às 11h e das 13h às 19h30, nas unidades de ensino. Para saber a relação das escolas da rede municipal, basta ligar para 3218-9280. Vale ressaltar que mesmo que o prazo das matrículas tenha terminado, o interessado em estudar poderá procurar as escolas que será acolhido.
É preciso, no ato da matrícula, apresentar cópia da certidão de nascimento ou casamento; RG e CPF do estudante ou responsável; uma foto 3×4; transferência escolar (necessário se for o caso de já estudar em outra unidade escolar); histórico escolar; reservista (para os homens maiores de 18 anos); comprovante de residência e cartão SUS.
Carolina Queiroz com foto de Kleide Teixeira/Secom PMJP