A senadora Nilda Gondim (MDB-PB) está confiante em que o Projeto de Lei nº 2.993/2021, de sua autoria, será discutido e aprovado em breve pelo Senado Federal para ser encaminhado à apreciação e votação da Câmara dos Deputados e depois para sanção presidencial. O projeto altera a Lei nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) para tornar obrigatório o ensino do xadrez nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, públicos e privados, de todo o País.
Com relatoria da senadora Leila Barros (Cidadania-DF), a matéria constou da Ordem do Dia da sessão de quinta-feira (28) do Senado, mas foi retirada de pauta para que fosse aberto novo prazo para apresentação de emendas. Também serão ampliadas as discussões para embasar o parecer da relatora. Tal parecer, segundo expectativa de Nilda Gondim, deverá ser pela aprovação do projeto, tomando-se por base a constatação de que a iniciativa pode contribuir efetivamente para melhoria do desempenho acadêmico dos alunos.
De acordo com a senadora paraibana, não são poucos e nem recentes os estudos e documentos que relacionam a prática do xadrez ao aprimoramento do raciocínio e do pensamento e, por consequência, do desempenho escolar. “Outros benefícios já comprovados desse jogo milenar estão relacionados à melhoria da concentração, do controle da ansiedade e do exercício da paciência”, enfatiza a autora do PL 2.993/2021.
Do ponto de vista educacional, conforme Nilda Gondim, a prática sistemática do xadrez na escola pode aumentar a atratividade pelo ambiente de aprendizagem em geral. “O exercício mental propiciado pelo jogo tende a facilitar o aprendizado de áreas que exigem maior abstração, raciocínio lógico e elaboração do pensamento. O contato orientado com o xadrez pode trazer muitos benefícios para o educando, que levará esse aprendizado para toda a sua vida”, ressalta a senadora na justificativa do projeto. Ela acrescenta que “os potenciais benefícios da difusão do xadrez escolar devem favorecer a sociedade e o País, que passam a ter ganhos na formação de seus profissionais em todas as áreas”.
Nilda Gondim também observa que as autoridades educacionais certamente saberão fazer as escolhas das estratégias e materiais mais adequados às necessidades das respectivas realidades de crianças e adolescentes no ambiente escolar, considerando as possibilidades que hoje estão postas, sobretudo por meio das tecnologias, ao aprendizado do xadrez.
Integração – Em face da iniciativa do PL nº 2.993/2021, Nilda Gondim foi convidada de honra em Torneio Internacional de Xadrez realizado no dia 15 de outubro, na sede da Embaixada da Argentina no Brasil, com a participação do embaixador Daniel Scioli, do enxadrista Miguel Ángel Quinteros (um dos maiores campeões de xadrez da história da Argentina) e de cinquenta jogadores, entre crianças, adolescentes e adultos, que disputaram entre si e deram uma prova da importância do Jogo de Xadrez para o desenvolvimento cognitivo e de cidadania do ser humano.
Na ocasião, o embaixador Daniel Scioli destacou a importância da iniciativa do PL 2993/2021, por parte da senadora paraibana, e afirmou que “o xadrez proporciona um exercício fabuloso para a mente; promove valores; ajuda aqueles que o praticam a suportar pressões, e se constitui num jogo apaixonante, comunicativo e integrador”.
Motivação – Referindo-se ao evento, Nilda Gondim afirmou, na manhã desta sexta-feira (05), que a experiência vivida na Embaixada da Argentina a motivou a continuar cobrando, no Senado Federal, a aceleração da tramitação, a votação e a aprovação do projeto que torna obrigatório o ensino do xadrez nas escolas brasileiras.
“Existem momentos na vida de uma pessoa que ela se sente verdadeiramente realizada. Este, para mim, foi um deles. Fui convidada pela Embaixada da República Argentina para o Torneio de Xadrez e fiquei feliz em saber que o embaixador Daniel Scioli, à época em que exerceu o mandato de deputado federal na Argentina, apresentou projeto similar ao nosso”, comentou a senadora. Ela também destacou a oportunidade que teve de conhecer o prefeito Cristiomário Medeiros, do município de Planaltina de Goiás, onde o jogo do xadrez já faz parte do currículo em cinco escolas, com planos de ser estendido para várias outras unidades educacionais.
“Ver os enxadristas se deliciando com o xadrez e aprender mais sobre a história deste jogo me fez refletir em como o ser humano pode evoluir e sempre se aprimorar, e sobre como nós (enquanto representantes do povo) temos o dever de incentivar práticas benéficas para os jovens de nosso País” enfatizou.
Pedagógico – A utilização do jogo de xadrez como instrumento pedagógico ganhou notoriedade com a criação, em 1986, do Comitê de Xadrez nas Escolas. A iniciativa partiu da Federação Internacional de Xadrez, em conjunto com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Para Nilda Gondim, além de tornar o ambiente escolar mais atrativo, a atividade contribui para o desenvolvimento de funções cerebrais como concentração, memória, análise de situações problema e criatividade, e, do ponto de vista moral, a inclusão do xadrez no processo educacional ajuda a promover a conduta ética dos estudantes por meio do estímulo à socialização e à empatia. “A junção dessas competências com a estratégia e os materiais escolhidos pelas autoridades educacionais será revertida em favor da sociedade e do País, uma vez que resultará numa melhor formação de profissionais nas diversas áreas de atuação”, argumentou a senadora emedebista.
João Evangelista