Equipe de arritmologia do Hospital Metropolitano realiza cirurgia e evita entrada de criança na fila para transplante

Uma pequena paciente de apenas 7 anos, diagnosticada com taquicardia supraventricular de caráter incessante (frequência cardíaca mais rápida do que o normal contínua), foi submetida a uma cirurgia de ablação por cateter no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, iniciativa que a livrou da inserção na lista nacional de candidatos ao transplante cardíaco pediátrico. A cirurgia, nunca antes realizada para tratamento desse tipo de patologia na unidade de saúde, trouxe o ineditismo à Rede Pública Estadual, proporcionando também mais qualidade de vida para a paciente.

O procedimento de alta complexidade foi realizado pela equipe de arritmologia da instituição, o qual consiste na passagem de cateter pelos vasos sanguíneos até o coração para destruir/neutralizar as vias elétricas anormais do tecido cardíaco, como explicou o arritmologista Renner Raposo. “Realizamos diversos exames e detectamos a existência de um foco no coração que estava disparando a arritmia. Primeiro tentamos o método medicamentoso, mas só o remédio não controlava, tentamos mais de um. Então, optamos pela ablação e cauterizamos esse foco. Agora, com a resolução, o coração da criança voltará a funcionar bem. Todos nós envolvidos nesse procedimento, sabíamos da alta complexidade do caso, pois devido à constante taquicardia, o coração dessa criança havia se dilatado, e apesar de ter apenas 7 anos, ela já possuía o órgão maior que o de um adulto, o que motivou a possibilidade em fazer um transplante. Mas isso não será mais necessário”, pontuou o arritmologista.

O pai da paciente, Elvis Danilo Luis, 31 anos, que aguardou na sala de espera a tão sonhada notícia do sucesso da cirurgia, contou que não resistiu à emoção e se ajoelhou perante toda equipe. “Só um pai que vem acompanhando o sofrimento da doença de um filho sabe a intensidade de ouvir a frase: deu tudo certo, a cirurgia foi um sucesso. Eu não pude me controlar e só fazia chorar e agradecer a todos, até me ajoelhei como sinal de reverência mesmo, porque estava diante de profissionais que foram instrumentos usados por Deus para salvar a vida da minha filha. Quero agradecer a todos os gestores do hospital, não foi posta nenhuma dificuldade para o tratamento da minha filha, pelo contrário, vi todos se mobilizando em favor dela. Os moradores da minha cidade de Cacimba agora sabem que aqui na Paraíba existe um hospital do SUS de primeiro mundo, que salva a vida das nossas crianças”, narrou emocionado o pai.

Para a arritmologista pediátrica Jéssica Laureano, foi um caso desafiador tanto para os profissionais da arritmologia quanto para os demais. “Graças a Deus e à toda a equipe, tivemos um resultado excelente, visto que o procedimento aconteceu realmente em tempo hábil. Foi delicado em todos os sentidos, desde a necessidade em realizar uma anestesia geral em uma criança com o coração dilatado até a atuação dos enfermeiros e técnicos nas primeiras horas pós-cirúrgicas. O sucesso é emocionante para a família e gratificante para todos os profissionais de saúde. São casos assim que nos dão combustível para o exercício cotidiano da medicina”, descreveu a médica.

De acordo com o diretor geral do Hospital Metropolitano, Antônio Pedrosa, a equipe de arritmologia vem atuando de forma exitosa em casos complexos e mudando o cenário da saúde pública na Paraíba. “Em janeiro deste ano, essa mesma equipe realizou também uma cirurgia inédita em uma criança de apenas 2 anos. Por isso a gestão tem apoiado e incentivado para que ações como essas se tornem uma constante. Adquirimos todos os insumos necessários e de melhor qualidade para realização do procedimento. Agora comemoramos o sucesso, e garantimos à criança e aos familiares a continuidade da assistência prestada até aqui”, enfatizou o gestor.

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