Globalização e pluralismo 

Em reconhecimento à Declaração de Paris, assinada em 12 de novembro de 1995, as Nações Unidas instituíram o 16/11 como o “Dia Internacional da Tolerância”. A data foi escolhida em tributo à assinatura da constituição da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), no ano de 1945. Nossa homenagem também ao Dia Nacional da Consciência Negra, 20/11, em memória do valente Zumbi dos Palmares (1655-1695). O Ecumenismo étnico é igualmente fator primordial para afastarmos a intolerância do convívio planetário.

Na obra Reflexões da Alma (2003), escrevi que — em um mundo que se globaliza, tantas vezes esmagando tradições respeitáveis, é prudente não desconsiderar o pluralismo que existe em cada povo, até mesmo em pequenas tribos, enquanto labutamos em favor do espírito solidário, altruístico, preconizado pelo Ecumenismo Irrestrito, que é Boa Vontade em marcha. Isto é, a vontade decidida, generosa; universal vontade de viver em paz, como, por muitos anos, pregou o escritor e poeta brasileiro Alziro Zarur (1914-1979). O autor do “Poema do Deus Divino” lançou, já na década de 1940, a Cruzada de Religiões Irmanadas, sob a invocação de “um Brasil melhor e de uma humanidade mais feliz”. Justamente porque o espírito de Fraternidade Ecumênica entre os religiosos deve servir de exemplo aos demais. Com esse feito, Zarur antecipou-se ao que mais tarde viria a ser chamado de relacionamento inter-religioso. Em 7 de outubro de 1973, proclamou a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, em Maringá/PR, Brasil. (…)

O Ecumenismo eleva-nos à procura de soluções globais, dentro do espírito universal de Fraternidade, pregada por grandes pensadores e inspirados líderes de religiões. Ela é o “fio de Ariadne”, que, seguramente nos conduzindo pelos caminhos escuros e tortuosos das cavernas do Minotauro, pode levar-nos à esplendorosa claridade do Sol, livrando-nos das trevas dos ódios sectários. (…)

O estágio de fragilidade moral do mundo é tão avançado, apesar dos progressos atingidos, que, para acabar com a violência, só existe uma medicina forte: a da escalada da Fraternidade Solidária, aliada à Justiça, na Educação. Por isso, ecumenicamente espiritualizar o ensino é um poderoso antídoto contra a agressividade. Por falar na “Senhora de Olhos Vendados”, aqui um ilustrativo pensamento do ensaísta francês Luc de Clapiers, Marquês de Vauvenargues (1715-1747): “Não pode ser justo quem não é humano”. Por conseguinte, também não pode ser feliz.

Haverá um dia em que as armas terão, por fim, suas sinistras vozes caladas. Ainda no terceiro milênio, mesmo que demore, os seres humanos entenderão que a essência do poder não se encontra propriamente neles, mas, sim, no espírito de Solidariedade, que a todos deve irmanar. Resta muito por fazer. Portanto, mãos à obra! O tempo não se detém para esperar pelos humores de quem quer que seja.

Escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta, nasceu em 2 de março de 1941, no Rio de Janeiro/RJ, Brasil. É presidente-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo e diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central.

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