O sistema de horta mandala para a produção de alimentos, implantado em algumas áreas da Paraíba, chega aos municípios de Areia, Borborema, Serraria e Solânea, no Brejo, numa ação integrada da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer) com o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza no Estado da Paraíba (Funcep) e o Instituto Ideias.
A ação beneficiará 80 agricultores familiares que, além de produzir alimentos para o consumo familiar, poderão comercializar os produtos nas feiras livres, bem como junto ao Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional e Alimentação Escolar (PNAE).
Cabe ao Governo do Estado, por meio da Empaer, vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap), proceder com a organização das famílias, a capacitação técnica na produção em agroecologia, acompanhamento da produção e comercialização.
Além do Funcep e Instituto Ideias, a ação também é fruto de convênio com a empresa Mandalla Desenvolvimento Sustentável, a qual cabe executar os trabalhos, contando com parcerias de secretarias de agricultura dos municípios beneficiados.
O projeto, além de trabalhar com o cultivo orgânico, possibilita ao produtor rural melhor condição de vida no campo, alimentação saudável, renda familiar com a comercialização do excedente e proporciona, também, a preservação do meio ambiente.
Sistema mandala – Os quatro projetos estão na fase de capacitação e montagem. O passo seguinte é a divisão por deltas e implantação dos sistemas de irrigação. A horta é concebida em forma de círculo, em cujo centro consta galinheiro ou criatório de peixe, patos e marrecos para que essa água seja enriquecida organicamente e utilizada na irrigação.
Na plantação não é utilizado nenhum tipo de agrotóxico e o adubo vem da própria água, que é nutrida com os recursos naturais, de forma sustentável. Esse sistema de produção, adequado para pequenos produtores rurais, apresenta excelentes resultados econômicos e sociais.
O projeto mandala é composto de nove canteiros, sendo os três mais próximos do centro chamados de “Círculos de Melhoria da Qualidade de Vida Ambiental”, onde é feito o cultivo de hortaliças e plantas medicinais, geralmente destinadas para consumo pela própria família; cinco denominados de “Círculos da Produtividade Econômica”, destinados ao cultivo de milho, feijão verde, abóbora e frutíferas para o consumo e venda do excedente; e no último canteiro, chamado de “Círculo do Equilíbrio Ambiental”, é feito o plantio de cercas vivas e quebra-ventos para proteção do sistema, fornecimento de parte da alimentação animal, melhorar a produtividade e disponibilizar nutrientes necessários à recuperação do solo.