Concessionária nega que tatuzão do metrô tenha atingido rede de esgoto

A tuneladora – ou tatuzão, como é chamada popularmente – equipamento que escavava a linha 6 Laranja do Metrô de São Paulo, não se chocou com a rede coletora de esgoto que rompeu na manhã de hoje (1º) e causou o desmoronamento de parte da Marginal Tietê, na capital paulista. Segundo o presidente da Acciona, empresa concessionária responsável pela construção e operação da linha, o equipamento estava a 3 metros dos dutos. 

“Não houve nenhum choque entre o tatuzão ou tuneladora com as redes, as coletoras ou adutoras. Nós estamos buscando a causa [do rompimento] agora. Provavelmente tenha a ver com a chuva, com erosões, porque a tuneladora estava a três metros dessa coletora. Não houve nenhum choque”, disse André de Ângelo, presidente da empresa.

O rompimento dos dutos de esgoto inundou o túnel do metrô em construção e desestabilizou o solo, causando o desmoronamento que atingiu a via local da Marginal Tietê, no sentido da rodovia Ayrton Senna. Quatro pessoas foram atendidas pelo serviço médico, mas passam bem.

De acordo com o presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Benedito Braga, a empresa já conseguiu desviar parcialmente o fluxo de esgoto que estava inundando o túnel do metrô. “Nesse momento, a quantidade de esgoto que chega aqui é bem menor do que chegava pela manhã. A situação não representa grande problema nesse momento. Até o final do dia, essa questão do esgoto vai estar resolvida”, disse.

A Marginal Tietê, no trecho atingido, tem três vias: a local, a central e a expressa. No momento, somente a via expressa está liberada para o tráfego. A via local, atingida diretamente pelo desmoronamento, permanecerá bloqueada. Já a pista central poderá ser liberada nas próximas horas, após autorização da empresa Comgás, já que dutos de gás passam sob a via.

“Nessa via passa uma tubulação da Comgás, e a empresa só em 24 horas faria essa liberação. Uma vez fechado o gás lá e verificado que não tem mais nenhuma instabilidade no solo, a gente poderá liberar a pista central”, destacou o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes.

O governador de São Paulo, João Doria, determinou que a concessionária Acciona aponte com agilidade as causas do acidente. Segundo o governador, a empresa deverá elaborar ainda, em conjunto com a prefeitura de São Paulo, uma solução para normalizar o trânsito na marginal. “É a prioridade número um”, afirmou Doria.

O governador confirmou que a Acciona será cobrada para que as obras da Linha-6 possam ser retomadas no menor prazo possível. Segundo ele, o objetivo do governo é que o cronograma da obra seja mantido em relação a prazos, mas com prioridade para a segurança.

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