Preparado através da infusão de folhas, flores e raízes, o chá é um produto natural, mas que contém seus perigos. Por isso, a nutricionista do Hapvida em João Pessoa, Gabriela Porto, orienta apenas fazer uso da bebida com recomendação médica, uma vez que ela pode provocar efeitos colaterais em caso de contraindicação.
A especialista ressalta que as substâncias, ainda que naturais, precisam se adequar à individualidade da pessoa: hábitos de vida, patologias e a alimentação que ela costuma ter podem influenciar na forma que o chá irá reagir no organismo. “Qualquer produto natural antes de ser consumido deve ser primeiro indicado por algum profissional de saúde, porque todo o processo deve ser individual”, alerta.
Neste mês de fevereiro, a enfermeira Edmara Silva, de 42 anos, morreu em São Paulo por complicações no fígado após tomar uma substância que afirmava possuir 50 ervas emagrecedoras na fórmula. Ao ingerir a composição, ela apresentou uma hepatite fulminante, chegou a passar por um transplante de fígado, mas o corpo rejeitou. Edmara morreu após 11 dias de internamento na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
“Algumas plantas têm o poder de intoxicação e nosso fígado é o órgão que filtra tudo, seja bom ou ruim. Por isso, a depender da erva, planta, cápsula, o consumo desenfreado e crônico pode causar toxicidade ao mesmo, causando úlceras, gastrite e até danos irreparáveis no fígado, como ocorreu com ela”, explicou Gabriela.
De acordo com a nutricionista, entre os chás que possuem alto grau de toxicidade e precisam ser ingeridos com mais cuidado estão o popular chá de boldo, o chá de gengibre, de ginkgo biloba, sene e erva de São João. “A diferença entre o remédio e o veneno é a dose, então se não souber a dose certa a ser ingerida, o efeito causado pode ser o contrário do desejado”, informou.
Mix de ervas – Por ser fundamental conhecer a dosagem de cada substância ingerida quando se trata de chás, esse pode ser o maior perigo dos ‘mix de ervas’ e combinações de variados tipos de plantas e folhas, que chegam a 50 tipos, sem detalhar a função e efeito de cada uma. “É importante saber a quantidade de erva presente em cada remédio natural, cápsula ou pó, se há mistura de uma erva ou mais, para saber se aquela quantidade atende ao paciente ou não”, relata.
Informação – Gabriela Porto esclarece que os chás podem trazer uma série de benefícios quando alinhados ao perfil da pessoa e podem ser utilizados de forma recreativa, desde que se conheça o efeito e repercussão do remédio. “É importante saber que não é porque é natural que não faz mal, e também saber qual chá está tomando; existem chás contraindicados para pacientes hipertensos, portadores de gastrite ou úlcera, gestantes”, lista.
Assessoria de Imprensa
Múltipla Comunicação