“Carnaval era assim…”

“Oh abre alas que eu quero passar!” Pode passar. Só não sei pra onde porque carnaval, que é bom, não vai ter. Faz dois anos que tamo de jejum carnavalesco, sem folia, sem fantasia e sem alegria. Oh vírus da bixiga taboca!

E antes que ele leve o restinho de juízo que ainda me resta, vou compartilhar o meu melhor carnaval. Em Pombal.

Não lembro bem a minha idade, naquela época. Mas, eu era adolescente e participava, junto com uma ruma de primas e amigas, do bloco “Brasinha”, com direito a hino e tudo mais. Pia mermo a letrinha bem “humilde”:

“Brasinha, Brasinha!
É raça, é cachaça, é paixão!
Não é o maior bloco de Pombal
Não é o maior bloco do país
Brasinha é o melhor bloco do Brasil…”

Eita, que quando tocava essa música, dava um frio na barriga. Era o sinal pro bloco entrar no clube e começar o tirinete. Eram quatro dias de folia, de pulo no salão e de muita fantasia. Uma pra cada noite. Eu me achava. É uma pena que só lembro de duas: havaianas (roupa florida e rosa no cabelo) e Odalisca, aquela que fica com o bucho todo de fora, um bustiê, uma calça bem transparente e uma ruma de brilho. Eu me amostrava com força.

Só sei que era pinote no salão, de toda altura e velocidade, ao som de frevo. Eu e o bloco todo. Não era à toa que todo ano a gente ganhava, na competição, o primeiro lugar no quesito animação.

É claro que quando vim morar em João Pessoa, trouxe junto a paixão por carnaval. Bom basta! Logo me apaixonei pelo Folia de Rua. Dancei, subi e desci avenidas; me fantasiei, levei meus filhos fantasiados pro Muriçoquinhas e trabalhei, com força, como repórter de TV, em quase todos os blocos, mas, principalmente, nas Muriçocas do Miramar, Virgens de Tambaú, Cafuçu, Portadores da Folia. Confesso que, amo tanto carnaval, que, mesmo trabalhando, dava um jeito de requebrar o esqueleto. E a pessoa aguenta ficar parada?

Apoi agora “nem mel e nem cabaça”. Nem Folia de Rua e, muito menos, Brasinha.

Em tempos de Covid, a única brasa que a gente pode se dar ao luxo, é a da famosa brincadeira “vamos brincar de brasa. Cada qual na sua casa”?

Eu vivo do jornalismo, desde quando me formei, no início dos anos 90. Até que em 2014 passei a desempenhar mais uma função: a de humorista. Há quem diga que sou uma jornalista engraçada e eu digo que o humor sempre esteve presente na minha vida. Desde criança. Afinal, sou filha de pais bem munganguentos. Aprendi com eles a rir de nós mesmos. Isso ajuda nos momentos mais sérios da vida. Há 10 anos, resolvi “empacotar” esse humor orgânico e botar “à venda” em forma de standup, textos, crônicas, podcasts e criação de conteúdo para o insta: @romyeschneider.

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