Lugar de mulher também é na coleta de resíduos, na condução de veículos, varrição ou onde ela quiser. Na Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur), há 148 mulheres trabalhando nas atividades de limpeza, incluindo as empresas terceirizadas. No Dia Internacional da Mulher, 8 de Março, vale destacar que elas executam as atividades com qualidade e dedicação. Uma delas é Joilda Maria Farias, de 31 anos, a única agente a fazer a coleta de resíduos sólidos domiciliares, em João Pessoa.
“Eu sempre tive o sonho de trabalhar na Emlur e de fazer a coleta no ‘caminhão de lixo’. Quando eu era criança e via o pessoal trabalhando, aquilo já me chamava a atenção”, conta Joilda Maria. Há um mês na atividade, a agente de limpeza conta que tentou por sete anos ingressar na Emlur. Ao ter seu sonho realizado, foi oferecido o trabalho na varrição, no Parque Solon de Lucena, mas, ela insistiu para ficar na coleta de resíduos sólidos domiciliares, o que foi permitido mediante um teste.
A agente de limpeza comenta que os fiscais ficaram surpresos com seu desempenho. “Até agora está dando tudo certo. Na minha equipe tem o motorista do caminhão e o outro agente. A gente se dá bem, há respeito e reconhecimento de que eu consigo fazer o serviço como qualquer outra pessoa”, explica.
A vida de Joilda Maria não foi fácil. Antes de trabalhar na Emlur, sua atividade era conduzir uma carroça transportando metralha de construção civil. “Acho que essa parte de já trabalhar carregando peso antes, me ajuda também na execução das tarefas”.
O superintendente da Emlur, Ricardo Veloso, destaca a importância das mulheres, na Autarquia. “Nós parabenizamos todas as servidoras da Emlur, nesta data, que fazem seu trabalho com esmero e dedicação, e reconhecemos o empenho de nossas agentes de limpeza na execução diária das atividades, que são essenciais para a qualidade de vida da população de nossa cidade”, afirma.
Conduzindo caminhões – Um trabalho que exige concentração e disposição. Assim é a rotina de Mônica Pereira, que trabalha na Emlur dirigindo um dos caminhões que faz a coleta de resíduos de podas de árvores. Antes disso, ela já conduziu caminhão guindaste, que faz a retirada de grandes quantidades de entulho, caminhão compactador de resíduos sólidos domiciliares e caminhão caçamba, usado também na coleta de entulhos.
“Eu já tinha trabalhado em outra cidade na coleta de resíduos sólidos como motorista e já ingressei na Emlur nesta função. Eu amo dirigir, amo meu trabalho. É o que eu gosto de fazer e quero ser respeitada por isso”, diz Mônica Pereira, que é a única motorista da Emlur. Ela afirma que não tem dificuldade na execução do trabalho, independente do veículo que conduzir.
Na realização do serviço de coleta de poda, a equipe é formada pela motorista e dois agentes de limpeza. “Quando eu cheguei à Emlur, eu já disse que quero ser tratada por igual, assim como os demais colegas. E até agora nunca houve problemas com ninguém. Pelo contrário, todos da equipe nos damos bem”, relata a motorista.
Da varrição à assistência social – Janilene Rodrigues executou por cinco anos as atividades de zeladoria, no Parque Solon de Lucena, onde fazia varrição e capinação e, há quase um ano, ela foi transferida ao setor de Bem-Estar Social, após conclusão do curso de Serviço Social, cujas mensalidades foram pagas com o salário do trabalho de agente de limpeza.
“Eu estava desempregada e consegui o emprego na Emlur. Não foi fácil, porque é um trabalho árduo. Na época, a Lagoa estava em obras, então tinha muito serviço. Mas, depois fui me acostumando. É um trabalho do qual tenho muito orgulho, porque eu contribuía com a manutenção da limpeza urbana. A gente tinha contato com as pessoas, dava informação aos turistas. E foi com essa atividade que consegui fazer minha faculdade”, conta Janilene Rodrigues.
Hoje assistente social da Emlur, ela afirma que estudava no refeitório do núcleo da Autarquia, no Centro, após o trabalho e antes de ir para a faculdade. A profissional sente-se grata pela oportunidade de poder trabalhar na área de formação.
“Meu trabalho mudou. Agora, trabalho com humanização para aqueles que cuidam da nossa cidade. Damos assistência em questões previdenciárias ou problemas de saúde e auxílio aos familiares, por exemplo. Fazemos o acompanhamento das situações das pessoas que precisam, não só na sede, mas, em todas as unidades da Emlur”, frisa a assistente social.