Certamente você conhece ou já ouviu histórias de pessoas que costumam acumular objetos. Quando esse hábito passa dos limites e torna ambientes insalubres é preciso ligar o sinal de alerta, pois se trata de uma psicopatologia – Transtorno de Acumulação (TA) -, conforme explicou a psicóloga do Sistema Hapvida, Ana Lúcia. “A acumulação faz com que as pessoas encham as suas moradias com objetos e, na maioria dos casos, o ambiente se torna insalubre devido à quantidade e à natureza dos artefatos”, explicou.
Uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade da Califórnia, em São Francisco, revelou que 15% dos adultos mais velhos que sofrem de depressão acabam se tornando também acumuladores – esse percentual fica entre 2% e 5% entre os que não sofrem da doença. Depressão e acumulação impactam a mesma área do cérebro, responsável pela capacidade de organização e tomada de decisões.
O transtorno é caracterizado pela necessidade de coletar objetos, a dificuldade de se desfazer das posses e para organizar o ambiente em que mora, e também acumulação de objetos em todos os locais da casa, gerando desconforto para a família. Conforme explicou a especialista, o problema pode ter sido desenvolvido por possíveis quadros de depressão, ansiedade, angústia e perdas que tenham muita importância na vida dessas pessoas.
Tratamento – Já o tratamento, segundo a psicóloga, deve envolver o acumulador e o núcleo familiar, que também sofre com a desordem do ambiente. Ela destaca que o caminho para a cura é a terapia cognitivo-comportamental adaptada ao tratamento dos sintomas de acumulação, focando em ajudar a descartar itens e se abster de adquirir novos objetos. “Eu tive um paciente que acumulava tampinhas de refrigerante. Era uma quantidade enorme, que ele dizia que iria doar para trocar por cadeiras de rodas, o que nunca fez. Mas conseguimos que ele se desfizesse dos objetos”, relatou.
Diferença de colecionador – Ana Lúcia explica que existe uma diferença de colecionador (que tem a sua posse de maneira organizada e retém elas com muito cuidado, zelo e organização) para quem tem Transtorno Acumulativo, que neste caso acumula itens sem cuidado, amontoados pelos cômodos.