A Polícia Federal (PF) informou, hoje (16), que os remanescentes humanos encontrados durante as buscas pelo indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips foram levados para Brasília, onde serão periciados no Instituto Nacional de Criminalística para confirmação da identidade.
Segundo a PF, os peritos responsáveis pelo trabalho embarcaram, às 10h, na aeronave da corporação para a capital federal. A expectativa é de que a aeronave chegue à capital federal às 18h, horário local.
Ontem (15), a PF confirmou que foram encontrados restos mortais durante as buscas que foram realizadas com a presença do pescador Amarildo da Costa Pereira, conhecido como “Pelado”. Ele confessou a participação no desaparecimento e indicou o local onde os corpos foram enterrados.
Diante da confissão, a PF foi até o local, onde foi realizada a reconstituição da cena do crime. Durante as escavações, as equipes encontraram remanescentes humanos em uma área de mata fechada.
O indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips, correspondente do jornal The Guardian no Brasil estavam desaparecidos desde 5 de junho, na região do Vale do Javari, no oeste do Amazonas.
De acordo com a coordenação da União das Organizações Indígenas do Vale do Javari (Univaja), Bruno Pereira e Dom Phillips chegaram na sexta-feira (3) no Lago do Jaburu, nas proximidades do rio Ituí, para que o jornalista visitasse o local e fizesse entrevistas com indígenas.
Segundo a Unijava, no domingo (5), os dois deveriam retornar para a cidade de Atalaia do Norte, após parada na comunidade São Rafael, para que o indigenista fizesse uma reunião com uma pessoa da comunidade apelidado de Churrasco. No mesmo dia, uma equipe de busca da Unijava saiu de Atalaia do Norte em busca de Bruno e Dom, mas não os encontrou e eles foram dados como desaparecidos.
Manifestação
Mais cedo, a Fundação Nacional do Índio (Funai) divulgou nota de pesar sobre o falecimento de de Pereira e Philips. Sobre Bruno Pereira, que fazia parte dos quadros da instituição desde 2010 e foi coordenador-geral de Índios Isolados e de Recente Contato (CGIIRC), a Funai comenta que o servidor deixa um imenso legado para a política de proteção de indígenas isolados e de recente contato. Segundo o órgão, o indigenista era considerado uma referência por colegas e por indígenas, com os quais construiu uma relação de amizade ao longo dos anos. “A fundação lamenta profundamente a perda e manifesta solidariedade aos familiares e colegas do indigenista. A instituição, em especial as equipes da CGIIRC e das Frentes de Proteção Etnoambiental, se despedem de Bruno com profunda admiração, respeito e carinho. A Funai também se solidariza com a família, amigos e colegas do jornalista britânico.”
Em resposta à nota de pesar emitida pela Funai, o presidente Jair Bolsonaro manifestou condolências às famílias das vítimas. “Nossos sentimentos aos familiares e que Deus conforte o coração de todos!”, disse Bolsonaro em redes sociais.