Cansei!

Nunca mais tinha escrito pra minha coluna, neste Portal. É que ando meio coisada. Uma mistura de cansaço, com abuso, agonia, aperreio e sem paciência. Quem me conhece, certamente, vai dizer: mulher, e qual é a novidade disso, pelascaridade? O pior que é verdade.

Sempre fui “enjoada só farofa de socó”, mas, têm dias que tô muito pior, como por exemplo, hoje. Será que é a velhice chegando? Ou é reflexo do São João? Só eu achei esquisitas essas festas com atrações que não têm nada a ver com forró? Um monte de artista bom da terra e trazem um povo, que, PRA MIM, nem artistas são, ganhando rios de dinheiro pra não cantar absolutamente nada e, o que é pior, muita gente adora. Foi quando pedi ajuda do poeta Manoel de Barros:
“Não preciso do fim para chegar.
Do lugar onde estou já fui embora.”

Cá pra nós, e a gastura que tô de rede social?
Tô que não aguento. É um tal de seguidor praqui, seguidor pracolá. Aperreio da gota! Num basta toda a pressão da vida: criar filhos, dar conta de casa, do trabalho, pagar contas, acreditar em príncipe encantado, pra não endoidar, andar de ônibus, que demora mais do que a realização de um sonho de póbi, ainda vem essa agonia: seguidores, likes, compartilhar, curtir, postar com arroba de numseiquemlá, restegue, tebetê e ai de quem não entrar nesse mundo.

Mainha mesmo num dá um real de cabimento pra rede social. Tem um telefone só pra ligar e atender. Se alguém disser que mandou algo pra ela pelo zap, ela faz: venha aqui, menino. Mandaram uma foto aqui nesse negócio, como é que faz pra ver? Adoro!

Sinceramente, não vejo necessidade de tanta pressão e têm horas, e não são poucas, que dá vontade de morar num sítio, com as vacas, bodes, galinhas, patos, guinés, cachorros, açude com piaba mordendo e tudo, fora as rodas de conversa, onde os únicos seguidores são a lua com um céu mais azul que os olhos de Brad Pitt (foi a primeira pessoa que me veio), um ventinho maravilhoso, muriçocas e somente isso. Pra mim basta!

Pois, volto ao grande Manoel de Barros:
“Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo”.

Eu vivo do jornalismo, desde quando me formei, no início dos anos 90. Até que em 2014 passei a desempenhar mais uma função: a de humorista. Há quem diga que sou uma jornalista engraçada e eu digo que o humor sempre esteve presente na minha vida. Desde criança. Afinal, sou filha de pais bem munganguentos. Aprendi com eles a rir de nós mesmos. Isso ajuda nos momentos mais sérios da vida. Há 10 anos, resolvi “empacotar” esse humor orgânico e botar “à venda” em forma de standup, textos, crônicas, podcasts e criação de conteúdo para o insta: @romyeschneider.

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