João Pessoa tem 27% de seu território com cobertura vegetal. O mapeamento das áreas verdes é parte de um trabalho muito mais amplo, que começou há oito meses por meio do Programa João Pessoa Sustentável, e que envolve o mapeamento aéreo e terrestre, em infravermelho, de toda área urbana e rural do município, do relevo, das unidades territoriais, infraestrutura e meio ambiente, equipamentos e mobiliários públicos. O processo inclui ainda o escaneamento a laser de alta resolução para mostrar a cidade do alto com extrema precisão, e está orçado em R$ 17 milhões.
As informações coletadas servirão para atualizar e complementar a base cartográfica do município (defasada desde 2011); 62% desse trabalho, que deve ser concluído até abril de 2023, já foram executados. A ideia é também implantar os Sistemas de Informações Geográficas e a Planta Genérica de Valores (PGV), que desde 1997 não é atualizada. O levantamento vai possibilitar, por exemplo, a revisão do zoneamento da cidade que, atualmente, tem 20% de sua área classificada como rural.
Já foram identificados 16 km² de áreas de ocupação e 91 comunidades; 100% dos logradouros municipais estão catalogados com nome e CEP. “Tiramos foto de fachada, de vias, de calçadas. Percorremos 2,3 mil quilômetros de vias. A cada três metros de deslocamento do veículo, a gente tirou seis fotos em vários ângulos. Temos um conjunto de imagens e informações de 10 terabytes. A próxima etapa é identificar as infraestruturas e serviços públicos: pavimentação, abastecimento de água, cruzando com os dados da Cagepa. A gente já sabe as ruas calçadas e não calçadas, e agora a gente vai qualificar onde tem asfalto, calçamento, terra batida”, afirmou Dário Alves, representante do Consórcio João Pessoa Geo-Sustentável, contratado para o serviço.
Todo o mapeamento poderá ser usado por diferentes secretarias para definição e aplicação de políticas públicas voltadas para a qualidade de vida e promoção de bem-estar da população pessoense. “Concluído o estudo, os dados serão compartilhados com a sociedade, desde o cadastramento imobiliário urbano até o levantamento de toda infraestrutura e serviços públicos do município. O trabalho reforça o compromisso do governo municipal com a transparência pública, melhoramento da gestão e construção de uma cidade inteligente e eficiente”, lembrou Joseuma Barbosa, coordenadora do Componente de Fortalecimento da Gestão do Programa João Pessoa Sustentável.
Missão BID – Os resultados preliminares do mapeamento foram apresentados para Cristina McDowell, chefe da equipe do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e ao especialista Flávio Galvão, ambos em missão na capital para conhecimento dos produtos entregues dentro do Componente de Fortalecimento da Gestão, o que inclui a revisão do Plano Diretor e os avanços na área de Tecnologia. O BID financia metade dos recursos do Programa João Pessoa Sustentável, orçado em 200 milhões de dólares.
Rejane Negreiros