João Azevedo responde a perguntas da população, de vereadores e da imprensa em sabatina na CMJP

Os temas abordados na sabatina foram educação, saúde, infraestrutura, gestão financeira, meio ambiente, projetos estruturantes, emprego e renda e cultura

Na reta final das sabatinas da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) com os candidatos ao Governo do Estado, na quinta rodada do programa “Conexão Eleitoral”, na manhã desta segunda-feira (12), o candidato João Azevedo (PSB), respondeu a perguntas da população, dos vereadores e de jornalistas. Os temas abordados na sabatina foram educação, saúde, infraestrutura, gestão financeira, meio ambiente, projetos estruturantes, emprego e renda e cultura.

No primeiro bloco, em que o governador respondeu perguntas da população, os temas sorteados foram infraestrutura, emprego e renda, cultura, meio ambiente e educação. Eduardo Nóbrega questionou quais são as propostas do candidato quanto à mobilidade urbana, ciclovias e transporte coletivo. Para Azevedo, existe uma necessidade constante, principalmente para as grandes cidades, de investimento no transporte público. Ele comentou sobre um grande programa para o asfaltamento das principais vias de cidades do interior, beneficiando 167 municípios com travessias urbanas. João compreendeu que as zonas urbanas estão lotadas de carros e que para resolver esse problema de mobilidade urbana, é preciso investir no transporte público e de qualidade. “No caso específico de João Pessoa, estamos tratando, em parceria a Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), sobre o projeto do Serviço de Ônibus Rápido (BRS), implantando nos principais corredores transportes rápidos, com estações de concentração de pessoas nas Três lagoas, próximo ao Estádio Almeidão e em Mangabeira. Vai diminuir a quantidade de carros particulares nas vias e, então, pode agilizar o transporte”, afirmou.

Sobre emprego e renda, Igor Rodrigues destacou a existência de muitas comunidades carentes e questionou como se poderia incentivar positivamente essas regiões à profissionalização e estudos, para garantir empregos e salários melhores. De acordo com o candidato, a Paraíba tem se notabilizado, nos últimos anos, por ser um ambiente propício para atrair novas empresas. “O Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (CAGED) estabelece que todos os meses, exceto os dois primeiros deste ano, criamos um saldo positivo de emprego. Para que isso ocorra, é necessário criar um ambiente para o empresário se sentir seguro para vir investir. E a Paraíba fez o seu dever de casa. A Paraíba tem um rating nota A, dado pelo Tesouro Nacional, e, também, referendada pela empresa privada S&P Global Ratings, que estabeleceu a nota AA+, a maior que um ente subnacional pode ter dentro do conceito de se criar um ambiente”. Ele citou que, por esse ambiente, a Paraíba tem atraído empresas como Whirlpool, o grande centro de distribuição da Magazine Luiza e até empresas com investimentos na área de energias renováveis. Junto a isso, o governador enfatizou a necessidade de formação de mão de obra: “Quando cheguei ao governo tínhamos menos de 50 escolas técnicas e, hoje, temos 152. Lançamos programas como o ‘PARAÍBATEC’, que prepara mão de obra em cursos rápidos. Agora mesmo, lançamos um programa que terá a preparação de dois mil jovens para a área de Tecnologia da Informação (TI), uma das que mais demandam mão de obra e que tem um mercado de trabalho aberto e que pode estar disponível para que possamos avançar. Lançamos o programa ‘Primeira Chance’, que oferece aos alunos que terminaram recentemente a escola, a oportunidade de estar no primeiro emprego, para ter experiência”. Para ele, então, são programas como esses que farão com que a população tenha condições de disputar no mercado de trabalho. Por isso, o foco no investimento em formação, a exemplo, também, de parcerias com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Com o tema “cultura”, Nilton Santos perguntou qual seria o plano de execução da Lei Paulo Gustavo no estado, visto que 80% dela é destinada ao cinema e os outros 20% para as demais áreas. João Azevedo respondeu que a executaria através de editais públicos, em que todas as entidades, profissionais e artistas pudessem participar e ter acesso ao recurso, tal como afirmou ter feito com a Lei Aldir Blanc. Ressaltando a importância que considera ter a cultura, ele citou projetos que têm sido trabalhados ao longo de seu governo. Entre eles, a reforma completa do Teatro Santa Catarina, o Museu da Cidade de João Pessoa, Museu da Polícia Militar da Paraíba, programa de incentivo ao audiovisual, fomento de festivais em 16 cidades, mostras de cinema, festas populares com proteção e promoção das culturas cigana, quilombola e indígena, em parceria com municípios e a reforma da Biblioteca Pública Estadual Augusto dos Anjos. Ele também falou sobre o incentivo ao artesanato: “Abrimos, em Monteiro, o Centro de Referência da Renda Renascença (CRENÇA). Levamos essa arte para um desfile em João Pessoa. Depois, ela foi utilizada, inclusive, na abertura do São Paulo Fashion Week. E Monteiro se tornou, reconhecida pela Unesco, a Cidade Mundial do Artesanato para Renda Renascença”, explanou. O candidato ainda mencionou a aquisição e obras no antigo Colégio Nossa Senhora das Neves, onde, segundo disse, será implantado o Parque Tecnológico Horizontes da Inovação, um segmento cultural importante, considerando a igreja e o uso para apresentações da orquestra sinfônica e coros, segundo informou

da orquestra sinfônica e coros, segundo informou.

Em seguida, falando sobre meio ambiente, Sonia Bitencourt indagou qual proposta de educação ambiental para um turismo sustentável e para que a população realmente possa se envolver na sustentabilidade em toda a Paraíba. O governador contou que está levando para o interior o acesso a áreas importantes, para a utilização enquanto turismo e, também, para proteção ambiental, por exemplo, com estradas que vão de Cabaceiras a Boa Vista. Sobre proteção, João explicou: “Estamos desenvolvendo um grande programa de proteção das matas ciliares dos rios, fazendo o replantio de pelo menos 550 hectares de matas ciliares, para fazer o que chamamos de ‘fábrica de águas’, um espaço que, a partir da arborização de toda a mata ciliar do Rio Paraíba, possamos proteger essas áreas”. Além das ações de proteção, Azevedo afirmou considerar importantes o trabalho de educação nas escolas, uma vez que “só se protege aquilo que conhecemos”, e as ações em parcerias com empresas privadas: “Cada empresa que chega para instalar um parque eólico ou energia solar tem dado a sua contrapartida positivamente para essa área ambiental”.

Na área da educação, Paulo Roberto falou que muitos pais se queixam da falta de capacitação de profissionais nas escolas para atender crianças autistas. Ele quis saber qual o plano de gestão futura para resolver o problema. João Azevedo explicou que o governo está implantando programas de assistência real a essas crianças: “Criamos em João Pessoa um centro de atendimento ao autista, levamos para toda a região do Brejo uma parceria com a ONG Casa Azul, levamos para o Cariri convênios para atendimento, e implantamos em Campina Grande outro centro de atendimento a crianças com autismo”. Ele ressaltou: “É importante entender que uma criança com essa síndrome precisa do atendimento de vários especialistas, um acompanhamento semanal especializado. Além disso, a sua convivência dentro das escolas é fundamental para que o processo de socialização aconteça em uma escola inclusiva, que possa proteger essas crianças”. Ele contou que ampliará para o sertão o atendimento do centro de referência para crianças com autismo. “Estamos fazendo esse trabalho com psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, profissionais preparados em cada centro desses e isso tem trazido um resultado importante. Estamos implantando em cada escola do estado um espaço dedicado a crianças com essa síndrome, porque, volto a dizer, é importante que tenhamos orientação nas escolas, mas que também tenhamos centros onde se gera esse desenvolvimento. Conheço crianças que chegam ao centro que não se comunicam, não interagem, e, em poucas semanas, estão dentro do processo de interação com outras crianças”.

Segundo Bloco: candidato responde às perguntas de vereadores

No segundo bloco, o candidato João Azevedo respondeu a perguntas de vereadores da Casa sobre meio ambiente, projetos estruturantes, cultura, gestão financeira e saúde. Sobre meio ambiente, o candidato respondeu ao vereador Thiago Lucena (PRTB) a respeito da instalação de empresas que trabalham com energias renováveis, e como fazer os recursos ficarem no Estado. “O tema de energia renovável é importante para todo o país. Recentemente passamos por uma crise energética e, se não fosse o Nordeste, o país teria entrado em colapso. Aqui no Nordeste temos muito sol e muito vento, entretanto a água foi usada durante muito tempo como principal matriz energética. Precisamos rever isto, investindo mais na energia eólica e solar”, defendeu.

João Azevedo também afirmou que, atualmente, as empresas que se instalam na Paraíba firmam parcerias com os proprietários dos terrenos, que passam a ter uma renda fixa em relação a geração de energia. “A instalação de usinas traz geração de emprego e renda, além de atrair mudanças para vários municípios”, avaliou.

Sobre projetos estruturantes, João Azevedo respondeu ao vereador Marcelo da Torre (MDB) que o desenvolvimento do Estado está ligado à capacidade de atrair empresas e gerar emprego, e isso depende de investimentos em infraestrutura. “Você só gera desenvolvimento se tiver investimentos propícios, como estradas que elevem o desenvolvimento para o turismo. Essas obras geram emprego, renda e promovem o desenvolvimento. Obras estruturantes estão associadas a essa necessidade de disponibilização de infraestrutura para atrair empresas”, considerou.

Respondendo ao vereador Damásio Franca (PP), que questionou sobre as propostas para a retomada do setor cultural nesse pós-pandemia, o candidato lembrou que durante a pandemia o Governo do Estado precisou adotar medidas duras, mas necessárias para preservar vidas. “Alguns segmentos sofreram com isso, mas, tentamos disponibilizar auxílios e promovemos vários festivais virtuais paras que os artistas pudessem ultrapassar essa fase mais crítica. Agora estamos em outro momento, em que apoiamos a realização de festas juninas, mostras de cinema, inauguramos o Memorial Aberlado da Hora. Estamos com os espaços públicos abertos, o Centro de Convenções recebendo grandes shows. É dessa forma que vamos continuar investindo”, garantiu João Azevedo.

Sobre gestão financeira, João Azevedo respondeu ao vereador Luís da Padaria (PMB) que insiste em criar um ambiente favorável para que as empresas se instalarem no estado e gerem empregos. “Hoje, em 24 horas, no máximo 48, se abre uma empresa na Paraíba, isso é uma eficiência muito grande. Estamos trabalhando para que as microempresas possam produzir com incentivos, reduzimos, por exemplo, de 18% para 2% o ICMS das confecções; zeramos o imposto para quem produz queijo utilizando até 2 mil litros de leite por dia; fizemos redução de impostos em vários segmentos”, assegurou.

Respondendo a uma pergunta do vereador Marcílio do HBE (Patriota) sobre saúde, o candidato afirmou que esta é uma área da qual tem muito orgulho. “Quando chegamos em 2019, encontramos uma crise provocada pelas Organizações Sociais (OS), precisamos expulsá-las e fazer com que o serviço público reassumisse a área. Conseguimos enfrentar uma pandemia recebendo nota 10 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) pelo enfrentamento”, comemorou o atual governador, afirmando ainda que os investimentos na área serão prioritariamente destinados à interiorização da média e alta complexidade. “Implantamos uma rede de tomógrafos e acabamos com a “Fila da Vergonha”, realizando mais de 30 mil cirurgias eletivas através do “Opera PB”, destacou ainda o candidato.

Jornalistas sabatinam candidato

João Azevedo também respondeu perguntas de três jornalistas convidados pela CMJP. A jornalista Sony Lacerda fez a primeira pergunta do bloco indagando ao candidato sobre Educação e a qualificação dos profissionais da área.

“Tenho muito carinho pela Educação, até porque sou um professor aposentado. Sei da importância da educação na vida das pessoas. Entendo Educação como um sistema que vai desde o ensino fundamental, o básico, passando pelo ensino médio e universitário. Para mim, isso é um sistema. Estamos atuando na base com a construção de 213 creches para pegar a criança de zero a seis anos e começar um processo de aprendizagem. Criamos o programa Paraíba Integral em que disponibilizamos um sistema totalmente informatizado para 222 municípios. Apenas um município não aderiu, Campina Grande. Talvez porque já tenha um sistema próprio”, explanou.

Ele ainda revelou que existe um convênio com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB) que disponibiliza através de 11 Centros de Ensino à Distância cursos de preparação e formação em várias áreas para aperfeiçoar os professores. Ainda anunciou que haverá a reforma de 150 escolas e a construção de mais 34 escolas novas, além da reforma de 97 unidades no momento. “Nosso Ideb tem crescido e houve o maior crescimento da história do Ideb mais do que em qualquer outro tempo. Com a formação de professores que vamos qualificar esse ensino. Temos uma nova relação com a Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e estamos investindo em pesquisa e inovação mais de R$ 120 milhões, só na universidade e cerca de R$ 170 milhões no total de editais de pesquisas”.

Já a jornalista Angélica Nunes perguntou ao candidato sobre as Escolas de Tempo Integral por haver muitas queixas de falta de atividades e muitos alunos não poderem permanecer nas escolas porque precisam complementar a renda familiar. O candidato destacou que existe um problema de desemprego em todo país por falta de políticas públicas do Governo Federal que faz com que o jovem tenha que participar do mercado de trabalho para auxiliar a família. “No nosso conceito de Escola Integral é que no primeiro turno o aluno tenha as disciplinas normais e no segundo turno ele trabalhe no ‘Projeto de Vida’, aquilo que ele quer fazer efetivamente fora da escola. Queremos que o jovem saia preparado para ir em busca dos seus sonhos. O Ideb das escolas em Tempo Integral cresceu ainda mais dentro desse processo” asseverou. Ele ainda revelou que o estado recebeu um prêmio nacional com o ‘Projeto Paraíba que Educa’ como melhor projeto de educação no brasil durante o período da pandemia e que no último ano a Paraíba teve a maior aprovação no Enem e no Sisu. “Queremos dar oportunidades aos nossos jovens também com o projeto ‘Primeira Chance’ com parceria público privada. Na central de atendimento da polícia tiramos os policiais e colocamos nas ruas e pegamos jovens do ‘Primeira Chances’ e colocamos lá para trabalhar”, informou.

Outra pergunta foi feita pelo jornalista Rubens Nóbrega que quis saber sobre os projetos em torno da merenda escolar. O candidato explicou que o financiamento de políticas públicas muitas vezes é irrisório e os valores que vêm para merenda escolar não cobrem os custos e o governo do Estado banca toda através do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza no Estado da Paraíba (Funcep). Ele ainda revelou que durante a suspensão das aulas presenciais na pandemia o governo forneceu um milhão e 600 mil cestas básicas às famílias dos alunos.

O candidato ainda assegurou que não reclama sobre a redução da alíquota do ICMS, mas questionou a forma como foi feita, dentro do mesmo ano fiscal, já que na Paraíba a alíquota já era de 18%. Ele enfatizou que o que define preço de combustível é a política praticada pela Petrobras que é dolarizada. De acordo com ele, a Paraíba perderá este ano R$ 400 milhões em receita.

Ele ainda respondeu sobre o Polo Turístico Cabo Branco enfatizando que o projeto está em efetiva expansão com a construção de dois resorts com todas as licenças e sem pendências. Também anunciou que vai utilizar como ponto turístico o rádiotelescópio Bingo, que está sendo construído em Aguiar, no sertão paraibano e que vai inserir a Paraíba no seleto grupo de pesquisas espaciais. Ele ainda garantiu que não existem Organizações Sociais (OS) na Saúde e nem na Educação do estado e não pretende instalar escolas cívicas militares, pois acredita que o modelo já existente é eficiente.

“Primeiramente quero agradecer à Casa Napoleão Laureano pelo espaço em que pudemos apresentar tantas pautas. Estamos nos colocando à disposição para reeleição por um projeto que sei poderá contribuir ainda mais na evolução do nosso estado. Vamos manter aquilo que o estado já conquistou e lutar por muito mais”, finalizou.

Assista a entrevista na íntegra aqui: https://youtu.be/j8OJBC_yxjU.

Damião Rodrigues, Rafaela Cristofoli e Rebeca Neto

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui