Startups têm investido cada vez mais em governança corporativa para crescerem no mercado

Pesquisa mostra que de 148 startups avaliadas, apenas 2% se encontravam em nível de maturidade no mercado

Quando se fala em governança corporativa (GC), é comum que se pense nas grandes empresas de modalidade mais tradicional, mas para o crescimento de startups e scale-ups a GC é imprescindível.

Todo crescimento é desconfortável e muitas startups deixam de atingir o seu pleno potencial por motivos mercadológicos, societários, de produto, de gestão ou de regulamentação. Apesar de ser uma modalidade de negócios com grande capacidade de trazer inovações ao mercado, também apresenta dificuldades para ampliar horizontes devido ao desalinhamento entre os sócios quanto a assuntos estratégicos.

Há mais de 36 anos atuando no mercado corporativo e à frente da MORCONE Consultoria Empresarial, sendo responsável por implementar a governança corporativa em organizações de diversos segmentos e de todos os portes, Carlos Moreira esclarece sobre a necessidade de implementação da governança corporativa em startups e como pode ser o diferencial para que essas empresas ganhem cada vez mais espaço no mercado.

Governança corporativa em Startups é mesmo importante?

 

Uma das principais características em torno das startups é que se trata de um modelo de negócio com crescimento acelerado em pouco tempo de mercado em comparação às demais modalidades, startups são justamente conhecidas pelo “boom” no mercado e por estarem entre as mais bem-sucedidas empresas do mundo.

Mas esse sucesso todo tem uma resposta em comum: essas empresas contam com uma governança sólida para padronizar a sua gestão e expandir ainda mais no mercado.

A governança corporativa em startups é uma ferramenta que permite atender às demandas regulatórias e garantir que a empresa seja administrada de maneira íntegra.

Conforme o crescimento da empresa, os gestores precisam controlar e padronizar uma série de processos que garantam a organização do negócio, operando de maneira lícita no mercado. Além disso, a GC também tem a função de mediar as relações entre a empresa e os públicos de interesse: sócios, clientes, colaboradores, parceiros, sociedade e investidores.

A governança corporativa em startups tem a função de garantir que todas as ações da empresa estejam em conformidade com os valores que ela carrega, além disso, é um mecanismo fundamental para a solução de conflitos de interesse e para assegurar o compliance em toda a sua estrutura.

Segundo pesquisa realizada pela Better Governance, consultoria especializada na área de Startups, foi mostrado que 82,1% das startups e scale-ups brasileiras ainda estão nos estágios iniciais em GC.

Foram 148 empresas avaliadas, sendo deste número, 16% fintechs e foram consideradas quatro etapas de maturidade: básico, em desenvolvimento, desenvolvido e avançado. Entre as empresas consultadas, 39,8% se declararam no básico; 42,3% se declararam em desenvolvimento e 15,5%, como desenvolvidas. Segundo a consultoria, 64% dessas empresas se autodeclararam em fase avançada, quando apenas 2% de fato se encontravam nesse nível de maturidade.

Isso demonstra o quanto as startups têm grande necessidade de trilhar o caminho da maturidade e, para isso, a governança é um instrumento primordial.

Por que a maioria das Startups está buscando consolidar a GC internamente?

 

Dentre os principais desafios enfrentados pelas startups está a diminuição da liquidez de recursos nos últimos anos para investimentos devido a um cenário de crise econômica mundial e, além disso, essas empresas têm sido cada vez mais questionadas sobre os retornos gerados.

Ainda segundo o estudo da Better Governance, foi mostrado que 40% das startups se encontravam nas fases iniciais em ESG e cultura.

O que temos hoje são empresas jovens ainda sem a plena consciência sobre a importância da governança corporativa ou sobre como aplicar essa política em toda a sua estrutura. Sabemos que não basta hoje que as empresas se declarem ESG, pois é preciso mostrar por meio de ações concretas o seu real compromisso com essa pauta.

Por parte de todas as equipes se torna necessário cada vez maior engajamento e compromisso, principalmente por parte da direção da empresa, para que seja criada uma agenda com ações efetivas, que passem continuamente por revisão.

Principais vantagens da governança corporativa em startups

 

A governança corporativa é um instrumento essencial a organizações de todos os portes! E especialmente para as startups existem algumas vantagens inquestionáveis como a garantia de conformidade com questões regulatórias, societárias e de produto; atração de investidores por meio de uma postura em dia com o compliance, seguindo boas práticas do mercado internacional, entre outras.

Dentre as melhores práticas de GC para startups, estão:

Registro de marca e patente – Fundamental para proteger o capital intelectual até mesmo porque ter uma identidade própria é primordial para que uma startup se destaque no mercado.

Definição de quadro societário e atribuição de papéis – Para que as responsabilidades sejam distribuídas de maneira organizada e, além disso, é essencial que sejam especificadas as formas de contribuição e remuneração.

Formalizar parcerias – Uma das principais características entre startups é a atuação em formato colaborativo, o que gera uma rede de empresas inovadoras, por isso, a padronização de contratos e a criação de mecanismos para formalizar parcerias é de suma importância.

Prestação de contas de maneira organizada – A governança corporativa nas startups também assume o papel de criar controles internos e métodos transparentes para a comunicação com diversos públicos.

Compliance fiscal e regulatório – Essa é uma ordenança fundamental para que a empresa atue em conformidade com a legislação e com os órgãos governamentais.

Melhor gestão contábil e financeira – Estar em dia com os demonstrativos de pagamento e ter uma gestão altamente organizada com os seus números é outro benefício de contar com a GC.

Definição de propósito e código de conduta – A governança também atua na definição de propósitos que sejam claros para a criação de um código de conduta interno, cujos valores são incorporados à cultura da empresa.

Ainda não sei por onde começar!

 

Esse é o dilema entre a maioria das startups e o que vale considerar aqui é que a governança corporativa pode começar a se formar de maneira básica no negócio.

Ter o apoio de um especialista experiente que possa direcionar a implementação da GC é essencial.

Deseja expandir mais? Foque na governança como instrumento de fortalecimento da estrutura da sua empresa.

Carlos Moreira – Há mais de 35 anos atuando em diversas empresas nacionais e multinacionais como Manager, CEO (Diretor Presidente), CFO (Diretor Financeiro e Controladoria) e CCO (Diretor Comercial e de Marketing).

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