Quem faz o pão… 

A Economia não pode ser o reino do egoísmo. Ora, ela está aí para beneficiar todos os povos, compartilhando decentemente os bens da produção planetária. Se isso, porém, não ocorre, é porque se faz necessária uma mudança espiritual-ética de mentalidade, principalmente pelo prisma do Novo Mandamento de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, pois ensina que nos devemos amar como Ele nos tem amado: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35). Senão, os predadores das multidões podem ganhar a batalha, que a eles no devido tempo, da mesma forma, consumirá. O desprezo às massas populares é multiplicação de desesperados. Certamente, alguém já concluiu que quem faz o pão deve, de igual modo, ter direito a ele. Alerto para o fato de que, se o território não é defendido pelos bons, os maus fazem “justa” a vitória da injustiça.

Haveremos de assistir ao dia em que a Economia terrestre será bafejada pelo espírito de Caridade, entendida como força altruística e altamente estratégica, porque a Luz de Deus avança pelos mais recônditos ou soturnos ambientes do pensamento e da ação humanos. É a Divina Luminosidade que não cria sombras. Portanto, que os chamados bons se levantem em nome da Paz e espalhem essa Sublime Claridade para iluminar a escuridão que ainda campeia pelo mundo. Foi o Divino Mestre quem afirmou: “Assim também brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas obras e glorifiquem vosso Pai que está nos Céus” (Evangelho, segundo Mateus, 5:16).

Desumanidade gera desumanidade 

No meu livro Jesus e a Cidadania do Espírito (2019), afirmo que desumanidade gera desumanidade. Aí está, em resumo, a explicação do estado atual do planeta. Porém, com a riqueza de nosso Espírito, podemos edificar um amanhã mais apreciável. Entretanto, nenhuma reforma será duradoura se não houver o sentido de Caridade, o respeito ao ser humano e o bom comando das gentes atuando na Alma.

Caridade é a comprovação do supremo poder da Alma ao construir épocas melhores de vida (espiritual e material) para os países e seus povos, os Cidadãos do Espírito. Não há maior inspiração para a boa política do que ela, seguida pela Justiça aliada ao Bem. Absurdo?! O tempo mostrará que não. Aliás, já está manifestando isso ao vislumbrar a aurora da Política de Deus — a Política para o Espírito Eterno do ser humano. Resta às multidões aprender em definitivo a enxergar essa realidade e desenvolver o sentido de Compaixão. Assim, com o passar das eras, o mundo abandonará a doença que, pelos milênios, lhe tem feito tanto mal: a pouca atenção que dá à força do Amor Fraterno“princípio básico do Ser, fator gerador de vida, que está em toda parte e é tudo”.

Sobre o sublime ato de se doar ao próximo e suas consequências sociais, assim se expressou o pensador político francês Alexis de Tocqueville (1805-1859): “A caridade dos indivíduos se dedica às maiores misérias, procura o infortúnio sem publicidade e, de maneira silenciosa e espontânea, repara os males. (…) Pode produzir somente resultados benéficos. (…) Alivia muitas misérias, sem produzir nenhuma”.

Essas palavras do autor de A democracia na América nos remetem ao milenar estatuto deixado por Jesus, o Provedor Celeste, a todos os Cidadãos do Espírito:

“2 Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nos templos e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade, em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 

“3 Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita” (Evangelho, segundo Mateus, 6:2 e 3).

Quando o ser humano verdadeiramente ama, estabelece uma sintonia perfeita com as Leis de Amor e Justiça legadas ao mundo pelo Pai Celestial. A criatura retorna ao seio do Seu Criador. Pode-se transitar pelos séculos, mas essa glória indescritível do Ecumenismo Divino, que é o contato socioespiritual entre nós e Deus, um dia, se realizará.

Escritor, jornalista, radialista, compositor e poeta, nasceu em 2 de março de 1941, no Rio de Janeiro/RJ, Brasil. É presidente-pregador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo e diretor-presidente da Legião da Boa Vontade (LBV). Membro efetivo da Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e da Associação Brasileira de Imprensa Internacional (ABI-Inter), é filiado à Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), à International Federation of Journalists (IFJ), ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Escritores do Rio de Janeiro, ao Sindicato dos Radialistas do Rio de Janeiro e à União Brasileira de Compositores (UBC). Integra também a Academia de Letras do Brasil Central.

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