Astronomia, Computação, Matemática e outras áreas do conhecimento e da inovação foram destaque na 19ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. O evento, realizado no Espaço Cultural, foi promovido pelo Governo do Estado e Prefeitura de João Pessoa. Na ocasião, várias ações do Governo foram levadas ao público que frequentou o local, entre os dias 9 e 12 de novembro.
Startups em desenvolvimento do programa Ouse Criar, incubadas no Parque Tecnológico Horizontes de Inovação, telescópios construídos por reeducandos da cadeia da cidade de Esperança que serão usados na rede estadual de ensino, e um estande do radiotelescópio Bingo puderam ser conhecidos e visitados. E, no sábado, cerca de 500 alunos participaram do Se Liga no Enem Festival, com aulas para o exame cujo primeiro dia de prova foi no domingo (13) e o segundo será dia 23.
“A grande necessidade de ter eventos como esta Semana é mostrar ao público a importância da ciência e da tecnologia”, disse o secretário de Estado da Educação e da Ciência e Tecnologia, Cláudio Furtado, na cerimônia de abertura. “E para nós, que viemos de um momento tão difícil quanto a pandemia, foi importante todo o desenvolvimento realizado nos laboratórios de pesquisa, que foram as vacinas. Isso fez com que pudéssemos hoje estar aqui, fazendo de forma presencial mais esta Semana”.
O secretário destacou, também, a importância de se introduzir, logo nos anos iniciais do ensino fundamental, as noções de Programação. “A robótica já está bem segmentada nas redes municipal e estadual de ensino, mas hoje essa questão de ensino da programação é fundamental que comece desde os anos iniciais. Já temos vários programas dentro do nosso ensino médio, como o Programe-se, que incentiva meninas em clubes de programação dentro das escolas estaduais, o Ouse Criar, o Desafio Celso Furtado. Todos programas baseados na conexão entre ciência e tecnologia, trazendo para a resolução de problemas da comunidade e do dia-a-dia das pessoas”.
Ele lembrou que, desde 2019, mais de R$ 170 milhões foram investidos em ciência e tecnologia. “O cerne dessa Semana de Ciência e Tecnologia é mostrar ao público o que é feito dentro das universidades, nos intitutos de pesquisas, e que pode ser aplicado nas nossas redes de ensino, que pode ser aplicado no cotidiano” afirmou.
Ouse Criar e Parque Tecnológico – O Ouse Criar participou ativamente do Espaço Startup, que juntou várias iniciativas voltadas para o empreendedorismo e inovação. No primeiro dia, junto com o Sebrae, mostrou os projetos que os alunos desenvolvem no programa StartPB e receberam mentoria de pessoas do ecossistema de inovação.
Na sexta, a incubadora do Parque Tecnológico Horizontes de Inovação foi apresentada e também os projetos incubados – 12 dessas empresas estão no último dos três anos de jornada no Ouse Criar. “Eles vêm apresentar os resultados dos seus projetos, trocar ideias com o pessoal e mostrar como é o trabalho dentro dessa incubadora”, conta Giovania Lira, coordenadora do Ouse Criar.
Estes projetos são sobre cooperativismo no Vale do Piancó e valorização da batata doce; reaproveitamento das águas pluviais e cinzas no semiárido paraibano; marketing para a Associação de Apicultores e Produtores Rurais de Condado; criação de uma agência de empreendedorismo rural em Taperoá; produção de sabonetes aromáticos e medicinais com óleo de cozinha; produção de mel com auxílio de garrafas pet; desenvolvimento de um novo sistema de pagamento para o transporte público em João Pessoa; revitalização da cultura do algodão em Nova Olinda; uma bengala eletrônica para pessoas com deficiência visual; biodigestor em Camalaú; aplicativos para comercialização de produtos agrícolas; turismo sustentável em São Mamede; aplicativo para mobilidade urbana no bairro dos Bancários, na Capital.
Estas empresas nascentes são fruto das ideias e esforço de estudantes da rede estadual de ensino, que estão sob a mentoria do programa. Para o secretário, o Ouse Criar e o Parque Tecnológico trabalham diretamente com a chamada tríplice hélice: a colaboração entre estado, iniciativa privada e academia para trabalhar em prol da inovação.
“O Ouse Criar dá essa chance ao estudante que, mesmo que vá para uma universidade, tem uma ideia e quer empreender, quer transformar essa ideia em negócio”, diz Cláudio Furtado. “E isso é o que nós vamos precisar para o Parque Tecnológico Horizontes de Inovação: de empreendedores”.
Bingo – O radiotelescópio, em processo de instalação no município de Aguiar, teve estande na Semana de Ciência e Tecnologia, e celebrou a assinatura do contrato entre o Governo da Paraíba, por meio da Fundação Parque Tecnológico da Paraíba (PaqTC), e a empresa CETC54 – Research Institute of China Electronics Technology Group Corporation, para o início da fabricação de equipamentos como os refletores e torres, entre outros, e transferência de tecnologia.
A assinatura deu sequência à transferência da ordem de R$ 12 milhões para a finalização do radiotelescópio, pelo Governo da Paraíba, em dezembro de 2021. A CETC54 é uma empresa chinesa de relevante participação no mercado chinês e mundial, cujas atividades se destacam para estes tipos de demanda. Foi responsável pela construção do maior radiotelescópio do mundo, o Fast, na China, cujo espelho refletor tem 500m de diâmetro. A empresa também se dedica a criar soluções inovadoras na área de telecomunicações como cidades e segurança inteligente.
“Esse passo é o início da materialização da construção do radiotelescópio”, disse Cláudio Furtado. “Já tem uma parte de engenharia sendo feita na Serra do Urubu, em Aguiar, mas a assinatura com a CETC é o passo que já no começo do ano que vem a gente tenha parte dessa estrutura montada”.