Sem nenhuma expectativa! Era como eu tava. Domingo, faxina, almoço, mimo pras visitas e, ao mesmo tempo, arenga com Zé pra mudar a música, enquanto ele limpava os matos. Porque ele é um faz-tudo com trilha sonora. Um brasileiro nato. Fazendo o comum e criando o extraordinário.
Até que começou o jogo Argentina x França. Final da Copa de 2022.
Queria que fosse o Brasil. Todo brasileiro queria. Eu acho. Mas, bora lá. Com uma pequena plateia, formada pelo meu caçula, Ian; minhas sobrinhas, Ruth e Maria Clara; Zé e Joaquim, meu cachorro, que preferiu ficar de costas pra tv. Certamente, observando como o ser humano é doido e muda de ideia assim que a bola começa a rolar.
Gritos, palpitações, pulos. De repente, estávamos vendo “o jogo” da Copa do Mundo de 2022. O jogo que queríamos ver o Brasil nele.
Garra, luta, aperreio, sofrimento, levanta, vai pra cima, mas, o outro tá ganhando, oxe! Por isso mesmo. Corre, bixiga! Sebo nas canelas.
Vala! E o jogo era sobre mim? Será que era por isso que a direção do olhar de Joaquim era outra?
De repente, era sobre mim, Zé, a pequena plateia da sala da minha casa, os brasileiros que, desde o primeiro jogo do Brasil na Copa, queriam presenciar o que vimos entre os argentinos e franceses. Nenhum desistiu. Nem de um lado e nem do outro. É claro que, no final, só um venceu e foi a Argentina e temos que ficar felizes com a vitória dos outros. Nem que sejam nossos grandes adversários…em campo.
Na minha humilde opinião de quem, a única coisa que entende de futebol, é a emoção que ele causa, é que a seleção brasileira tem que observar mais o corre da maioria dos brasileiros e levar pra campo o que vimos neste histórico domingo, 18 de dezembro de 2022, na Copa de Qatar.
Repito aqui: Garra, luta, aperreio, sofrimento, levanta, vai pra cima, mas, o outro tá ganhando, oxe! Por isso mesmo. Corre, bixiga! Sebo nas canelas.
É disso que a torcida brasileira tava falando o tempo todo.
Parabéns as duas nações de argentinos e franceses! Vocês foram o nosso corre cotidiano em campo. Argentina x França, na final da Copa de 2022 foi o jogo que a gente queria. Sempre foi sobre isso!
Ilustração: Régis Soares/@regischarges