Os serviços de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos são realizados por mulheres e homens que executam suas funções com afinco, contribuindo para a manutenção do bem-estar e saúde da população de João Pessoa. Em alusão ao Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, vale destacar as diversas frentes de trabalho das servidoras, na Autarquia Especial Municipal de Limpeza Urbana (Emlur).
Além dos serviços de varrição e coleta de resíduos, há a manutenção dos prédios públicos. As funções já foram exercidas pela agente de limpeza Dalila Alves. Há seis anos na Emlur, ela realiza seu trabalho no Parque Solon de Lucena. “Sou muito grata por estar na Emlur. Eu estava desempregada, com filho pequeno e consegui essa oportunidade de trabalho”.
Atualmente, ela cuida da limpeza dos banheiros públicos da Lagoa. “Eu gosto do meu trabalho e de lidar com o público. Às vezes, nos deparamos com pessoas ignorantes. Nesses casos, eu me afasto”, conta.
Segundo Dadila Alves, a equipe é unida. “Há homens e mulheres na equipe e todos se respeitam. Antes, eu trabalhava na varrição e já empurrei burrica (carrinho para acondicionar resíduos). Era um serviço mais pesado, até mesmo por causa do sol, mas sempre dei conta. Fazemos o trabalho do mesmo jeito que os homens”, destaca.
A carga de trabalho é de plantão de 12 horas por 36 horas de repouso. Ao chegar em casa, o cansaço é inevitável, mas Dadila não desanima. “Dou atenção ao meu filho, ao meu esposo e aos meus pais. Às vezes, chego só ‘o pó’, mas desenrolo para cuidar também da minha vida privada”.
Na Emlur há mulheres ocupando espaços de destaque em diversos setores, a exemplo da equipe jurídica, cuja assessoria é coordenada pela advogada Luiza Fernandes. Há dois anos trabalhando no setor, ela lidera uma equipe de oito pessoas. De acordo com ela, em sua experiência no mercado de trabalho, percebeu que a responsabilidade de assumir uma posição de liderança é ainda maior para uma mulher.
“No mercado, em geral, nem sempre a gente é ouvida e compreendida, como acontece com os homens. Ter competência e conhecimento não são suficientes para mostrar a capacidade. Por vezes, temos que ser mais firmes para nos impor e conseguir mostrar nosso trabalho”, expressa Luiza Fernandes.
Casada, ela comenta que a mulher é convocada pela sociedade a ser uma pessoa com muitas atribuições. “Nos desdobramos no mercado de trabalho e temos de conciliar com as atividades de casa. Quem tem filhos, ainda possui uma função a mais. Portanto, firmar-se no mercado é um desafio ainda maior. Mas é graças às batalhas travadas por mulheres brilhantes no passado que nos permitiram estar aqui, ocupando nosso espaço”, celebra.
Outro setor com presença feminina é o de serviços de manutenção, como os que envolvem consertos de portas, montagem de móveis, encanação, eletricidade e pintura. No senso comum, estas seriam atividades realizadas por homens. Mas, na Emlur, não é assim que funciona. O setor de Manutenção é chefiado por uma mulher, Jocivânia Silva.
Há 10 anos na Emlur, Vania, como é mais conhecida, coordena uma equipe de 19 pessoas, que também conta com outras mulheres. Ela recorda que, no início, sentiu uma resistência das pessoas. “Alguns homens da equipe, naquela época, não gostavam de ser coordenados por uma mulher. Mas, a gente foi conversando e fui mostrando que eu poderia dar conta do serviço, do mesmo jeito que um homem”.
Com o tempo, a equipe adaptou-se e o trabalho segue firme. Além do setor de Manutenção, Vania Silva ainda é responsável pelas equipes de limpeza interna da Emlur e dos vigilantes. “Minha função é conciliar a equipe, apaziguando as eventuais situações, já que são muitas pessoas e cada uma tem uma opinião”, detalha.