Um fato inusitado vem chamando a atenção de motoristas, motociclistas e da população em geral que trafega pela BR-230, sobretudo no trecho que corta o município de Caldas Brandão. Trata-se da péssima qualidade da obra de recapeamento asfáltico da rodovia, que antes mesmo de ser inaugurada já “coleciona” buracos e remendos.
Orçada em quase R$ 43 milhões, a obra realizada pela empresa Vanguarda Construções e Serviços de Conservação Viária LTDA se arrasta há quase quatros anos. Os municípios que seriam “beneficiados” são: Santa Rita, Cruz do Espirito Santo, Sobrado, São Miguel de Taipu, Riachão do Poço e Caldas Brandão, mas o que se vê na região são transtornos e inúmeras queixas da população, devido ao péssimo trabalho da Vanguarda.
Inclusive, na última sexta-feira (12), um motorista de alternativo veio a óbito após um acidente na BR-230, nas imediações do distrito do Cajá, em Caldas Brandão. A vítima foi identificada como ‘Ricardo’. Ele teria descido do veículo às margens da rodovia, para pegar a mala de uma pessoa que estava como passageira e acabou sendo atingindo por outro veículo.
Populares da região têm reclamado que no local a sinalização está precária. “Infelizmente nosso amigo morreu devido a problemas na sinalização na obra de recapeamento no asfalto da BR”, lamentou um vendedor de milho, que trabalha às margens da rodovia.
Em contato com um especialista no setor, ele revelou que o problema dos buracos no recapeamento da BR antes mesmo da inauguração da obra deve está sendo provocado pelo uso, por parte da construtora Vanguarda, do ligante asfáltico a menor, num percentual abaixo do recomendado. Outro problema, segundo o especialista, deve ser a espessura da capa do asfalto.
Pela demora e péssima qualidade da obra, é bom o Ministério Público Federal (MPF) investigar supostas irregularidades na obra, que envolve uma quantia milionário de cerca de R$ 43 milhões, financiada com recursos públicos. Seria bom também investigas se fiscais do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) estão fazendo “vista grossa” para as supostas irregularidades da obra.