O programa Coração Paraibano, lançado pelo governador João Azevêdo em março deste ano, completou dois meses de funcionamento e, ao longo deste tempo, já salvou a vida de mais de 1 mil paraibanos que foram acometidos por algum tipo de urgência cardiológica. Dentre elas, a urgência cardíaca com maior incidência durante o período foi o Infarto Agudo do Miocárdio com Supradesnivelamento do ST, que se trata de uma situação clínica de extrema gravidade, com risco de vida e que se caracteriza como emergência médica.
Essa foi a doença que acometeu o prefeito do município de Mãe D’água, no Sertão Paraibano, Francisco Cirino da Silva, de 70 anos, que teve sua vida salva após ser regulado pela Central Estadual de Regulação para a hemodinâmica, gerenciada pela Fundação Paraibana de Gestão em Saúde (PB Saúde), que fica no Complexo Hospitalar Regional Deputado Janduhy Carneiro, em Patos. De acordo com o cardiologista hemodinamicista que procedeu com o tratamento de Francisco, Jeann Santiago, o paciente chegou ao serviço se queixando de uma forte dor no peito
“Após diagnosticarmos o infarto agudo do miocárdio, procedi com a realização de cateterismo de urgência e, nesse contexto, foi evidenciada uma lesão oclusiva na principal artéria do coração, chamada artéria descendente anterior. De forma imediata, iniciamos o procedimento de angioplastia com a desobstrução do vaso e colocamos um stent, implantado de forma imediata. Todos os procedimentos foram realizados de forma bem rápida, em cerca de meia hora o paciente já tinha tido alta da sala de procedimento e estava em pós-operatório, clinicamente estável, consciente e sem nenhuma intercorrência”, relatou Jean.
Assim como Francisco Cirino, que teve alta no último dia 12, mais de 1 mil pacientes passaram por procedimentos de urgência, regulados por meio do Coração Paraibano, não só na hemodinâmica de Patos como também nas de Santa Rita, no Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires – unidade coordenadora do programa; e de Campina Grande, no Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes.
Nestes dois meses, o dia 31 de março foi o mais movimentado, com 16 pacientes sendo atendidos ao longo do dia. Já em relação ao município de residências dos pacientes que precisaram ser atendidos pelo Coração Paraibano, a maioria foi oriunda de Campina Grande, com 31 casos, seguido de João Pessoa (23) e Patos (18). Para a diretora de Atenção à Saúde da PB Saúde, Ilara Nóbrega, o resultado destes primeiros meses é um reflexo dos investimentos realizados pelo Governo do Estado para abranger atendimentos de média e alta complexidade em todas as regiões do Estado, com atendimento 24h por dia.
“Graças a esse programa que recebeu investimentos superiores a R$ 15 milhões do Governo do Estado, hoje, a população paraibana, do litoral ao sertão, está recebendo a melhor assistência em saúde para a urgência cardiológica da história. O Programa Coração Paraibano já é uma referência em âmbito nacional, fruto de investimentos em pesquisa, insumos e equipamentos, além de uma gestão integrada via telemedicina que conecta as diversas regiões da Paraíba com o que há de mais moderno no tratamento de urgências cardiológicas. Seguiremos avançando para salvar cada vez mais vidas”, afirmou a gestora.
Como funciona o Coração Paraibano – Os centros de referência do programa são o Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, em Santa Rita; o Hospital de Emergência e Trauma Dom Luiz Gonzaga Fernandes, em Campina Grande; e o Complexo Regional Hospitalar Deputado Janduhy Carneiro, em Patos, unidades onde estão localizadas as hemodinâmicas.
Assim que o paciente é diagnosticado com os sintomas, baseado no protocolo do Coração Paraibano, os médicos da unidade de saúde onde o paciente recebeu o primeiro atendimento fazem contato, por telemedicina, com especialistas do Metropolitano, hospital coordenador do programa, para receber orientação sobre os cuidados imediatos com medicação e exames de imagem.
Quando necessário, o paciente é encaminhado pela Central de Regulação Estadual para realizar procedimento de intervenção na hemodinâmica mais próxima via transporte, que pode ser feito pela base de ambulâncias, pelo Grupo de Resgate Aeromédico (Grame), ou via aeronave de UTI aérea.