Em tempos de viroses e resfriados há pessoas que fazem uso de medicamentos por conta própria, como analgésicos, xaropes, antiinflatmatórios. Dados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) revelam que 70% dos brasileiros se automedicam com frequência. Confira os alertas do nefrologista e coordenador das Unidades de Internação do Hospital Alberto Urquiza Wanderley (HAUW), Antônio Campanile, sobre os riscos dessa prática nada saudável.
EFEITOS COLATERAIS
O nefrologista Antônio Campanile, reforça que cada medicamento possui particularidades, inclusive os riscos de efeitos colaterais. “Vamos lembrar que cada medicamento possui sua indicação, dose, forma de administração e possíveis efeitos colaterais. Não respeitar essas características pode produzir efeitos indesejáveis”, explica.
INTOXICAÇÕES E ALERGIAS
O médico alerta ainda que é importante que as pessoas fiquem atentas às orientações que estão nas embalagens e bula dos remédios, uma vez que ainda há produtos comercializados sem prescrição médica. “Caso contrário, o uso inadequado desses medicamentos pode causar diversos problemas de saúde, como intoxicações, alergias, interações medicamentosas, até mesmo resistência bacteriana, em se tratando do uso abusivo de antimicrobianos”, explica Antônio Campanile.
AGRAVAMENTO DE COMORBIDADES
“Quando o paciente possui comorbidades ou toma outros medicamentos e usa um remédio que pode interagir com sua condição ou seu tratamento atual, sem conhecimento dos riscos que existem, pode agravar a condição de saúde”.
‘CAMUFLAGEM’ DE DOENÇAS GRAVES
O uso de medicamentos por conta própria pode mascarar sintomas de doenças mais graves. No caso de dor de cabeça mais frequente, por exemplo, o especialista alerta que “algumas dores de cabeça podem ser um sinal de uma condição médica mais séria, como tumores cerebrais, aneurismas, AVCs, meningite e outras condições que podem exigir tratamento médico urgente”.
FITOTERÁPICOS TAMBÉM DEVEM TER USO ORIENTADO
“O uso da automedicação com fitoterápicos pode trazer riscos à saúde, assim como acontece com qualquer outro tipo de medicamento. Vale lembrar que muitos medicamentos de laboratórios farmacêuticos são desenvolvidos por pesquisa e seleção de compostos pertencentes às plantas. Dessa forma, embora os fitoterápicos sejam derivados de plantas e considerados produtos naturais, eles contêm compostos químicos que podem ter efeitos colaterais e interações medicamentosas. Além disso, muitas pessoas podem estar sujeitas a reações alérgicas a determinadas plantas ou compostos presentes em fitoterápicos”.
Departamento de Comunicação e Marketing