A esporotricose, também conhecida como “doença do jardineiro” e “doença da roseira”, é uma zoonose que coloca em risco a saúde dos animais e dos seres humanos. O gato é mais exposto à doença, mas ela pode ocorrer em cães e outros animais. Regiões tropicais e subtropicais têm maior incidência de casos de esporotricose, pois o fungo precisa de umidade aliado às altas temperaturas para se replicar.
O Conselho Regional de Medicina Veterinária da Paraíba (CRMV-PB) faz um alerta sobre cuidados para evitar a doença e recomenda manter o pet sem acesso à rua e procurar um veterinário ao primeiro sinal de lesão na pele do animal.
O médico-veterinário Altamir Costa, conselheiro do CRMV-PB, destaca que vem aparecendo mais casos da doença em felinos. Ele explica que a esporotricose, considerada uma zoonose, ocorre por meio de infecção, principalmente, pelo contato do fungo com a pele ou mucosa, por meio de trauma decorrente de acidentes com espinhos, palha ou lascas de madeira; contato com vegetais em decomposição; arranhadura ou mordedura de animais doentes, sendo o gato o mais comum.
“Como a doença pode ser transferida dos animais para os humanos, é fundamental que os tutores evitem o acesso dos animais às ruas. Ao notar feridas ou nódulos arroxeados no animal é importante procurar um médico-veterinário o mais rápido possível para que o tratamento possa ser iniciado rapidamente”, destacou Altamir Costa.
O veterinário, presidente da Comissão de Animais de Pequeno Porte, defendeu a promoção de programas sérios e eficientes de controle populacional para diminuir o número de animais nas ruas, alinhado a isso um forte programa de educação e conscientização, bem como punição mais severa para quem comete maus-tratos e abandona animais.
“Nós devemos buscar os meios corretos de proteger nossos animais e nossas famílias de várias doenças, com fiscalização e cobrança de ações efetivas através dos órgãos públicos. Por isso falamos tanto que cuidar da saúde dos animais é cuidar de saúde humana”, disse Altamir.
Esporotricose – A doença é causada por um fungo do gênero Sporothrix, que pode ser encontrado no solo, palhas, espinhos vegetais, madeira, material em decomposição e em feridas de animais já contaminados. E, por ser transmitida por contato direto, os felinos não castrados estão mais sujeitos à contaminação, pois estão frequentemente em disputas por territórios com outros gatos.
Existem três fases distintas de acordo com sua progressão:
– Cutânea localizada: caracterizada por lesões nodulares avermelhadas individuais ou múltiplas na pele do animal.
– Cutânea linfática: quando a infecção progride formando úlceras na pele e atinge o sistema linfático do animal.
– Cutânea disseminada: quando a doença atinge um estado tão grave que todo o organismo do animal fica afetado. As úlceras de pele tornam-se cada vez maiores e pode ocorrer a forma extracutânea, acometendo outros sistemas como articulações, ossos, pulmões.
Assessoria