ERAS: pacientes submetidos à cirurgia cardíaca, com protocolo inédito, conseguem retornar mais rápido à rotina

Jamilson da Silva agora consegue subir escadas sem se cansar ou passar mal. Luiz William voltou a jogar tênis com mais disposição. A vida dos dois foi transformada, há cerca de quatro meses, após passarem por cirurgias cardíacas utilizando um protocolo médico inédito, que possibilita uma recuperação acelerada, com segurança e qualidade.

Trata-se do conceito ERAS (sigla em inglês para “Enhanced Recovery After Surgery), que vem sendo adotado no Hospital Alberto Urquiza Wanderley (HAUW), desde março deste ano. A unidade, que integra a rede própria da Unimed João Pessoa e é referência em procedimentos de alta complexidade, é a única instituição do Nordeste e a segunda do país a adotar esse protocolo. Na tarde dessa segunda-feira (21), foi realizado um encontro para celebrar a 30ª cirurgia adotando o protocolo ERAs e atestar a recuperação eficiente dos pacientes.

Equipe da Unimed-JP e pacientes acreditaram na proposta e hoje celebram a vida

O presidente da Unimed João Pessoa, Gualter Lisboa Ramalho, destacou a importância da capacitação dos médicos e demais profissionais para a aplicação do protocolo ERAS e os resultados alcançados em todos os pacientes atendidos. “Manter-se na liderança e estar na vanguarda é se propor a algo novo, considerando sempre a humanização. Tudo que vem para trazer e agregar valor, nós temos que abraçar. Foi assim com o protocolo ERAS. Agradeço a toda equipe e aos nossos pacientes que acreditaram nessa proposta e hoje estamos celebrando a vida”, declarou.

RIGOR E MENORES RISCOS

Além do presidente e dos pacientes, o evento dessa terça-feira contou com a presença do cirurgião cardiovascular Maurílio Onofre Deininger, que implementou o método no HAUW; do gestor clínico e assistencial do hospital, José Calixto da Silva; da gestora operacional Yuzeth Brilhante; e dos profissionais que integram a equipe multiprofissional responsável pela aplicação do protocolo ERAS.

O cirurgião cardiovascular Maurílio Onofre destacou o rigor do procedimento, que resulta, inclusive, no menor risco de complicações, redução de custos hospitalares, além de otimizar filas para cirurgia cardíaca. “É um protocolo muito rigoroso, baseado em comprovação científica, em que você consegue otimizar a alta hospitalar. Não é uma alta precoce, é uma alta otimizada e no tempo certo. Com isso, nós oferecemos mais segurança no retorno do paciente, com menor tempo de internação”, explicou.

GRATIDÃO

O policial Jamilson da Silva, de 60 anos, foi o primeiro paciente atendido com o protocolo ERAS, após sofrer um infarto e apresentar outras complicações cardíacas. Ele agradeceu o empenho de toda equipe para a sua recuperação. “Hoje, sou só gratidão! Ninguém quer uma doença. Mas, nós temos que enfrentar. E eu achei essas joias raras que me atenderam e com a ajuda deles estou celebrando a vida”, disse.

Para o promotor Luiz William Aires, de 62 anos, nada supera a volta à rotina normal. “Sofri uma série de complicações e tive que fazer a cirurgia. Graças a Deus estou bem e foi um presente estar nas mãos dessa equipe que me fez voltar a vida normal”, destacou.

O PROTOCOLO

O primeiro hospital do país a adotar o protocolo ERAS foi o Instituto do Coração de São Paulo (Incor-SP). Em março deste ano, o HAUW promoveu um curso sobre o tema para médicos e outros profissionais, como enfermeiros e psicólogos, e passou a adotar o protocolo nas cirurgias cardiovasculares.

Os métodos aplicados envolvem uma equipe multiprofissional, que não cuida apenas da doença, mas atende de forma humanizada a todas as necessidades dos pacientes, o que representa melhoria da qualidade assistencial e redução de custos.

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