O 1º Encontro de Capoeiras, Terreiros e Quilombos da Paraíba é um evento multicultural que ocorrerá no quilombo de Pedra D’água, em Ingá/PB, destinado a prdomover a valorização da cultura afro-brasileira por meio da integração entre os grupos de capoeira, as comunidades quilombolas e as expressões culturais vinculadas aos cultos religiosos de matriz africana do Estado da Paraíba.
A comunidade de Pedra D’água é um dos 50 quilombos da Paraíba. Localizada em Ingá/PB, Pedra D’água ocupa lugar de destaque na história local, sendo o local onde eclodiu a Revolta do Quebra-Quilos, em 1872, sendo o líder da revolta, Manuel Paulo Grande, um dos primeiros negros a chegar em Pedra d’Água.
O Encontro de Capoeiras, Terreiros e Quilombos da Paraíba visa inserir a comunidade de Pedra d’água no roteiro cultural, como forma de divulgar sua história, suas tradições culturais e seu patrimônio imaterial.
No encontro, será montada a exposição museológica intitulada “MOSTRA ITINERANTE AFROBRASILIDADES NO ACERVO DO MUSEU DA ABOLIÇÃO”, coordenada por DAIANE SILVA CARVALHO, técnica em assuntos culturais do Museu da Abolição do Brasil e museóloga. A exposição contará com peças, fotografias, documentos e arquivos históricos disponibilizados pelo Museu da Abolição (Recife/PE) e outras instituições, e será montada no Espaço Zé de Lela, no Centro Quilombola, em Pedra D’água.
O evento será realizado na Comunidade Quilombola de Pedra d’Água, próximo ao Centro Quilombola, administrado pela associação comunitária. Seis espaços serão designados em homenagem a líderes do movimento quilombola brasileiro:
1. ESPAÇO MANOEL PAULO GRANDE: Localizado na casa de Jandira Paulo, servirá como dormitório para os participantes das atividades culturais. Homenageia o líder da Revolta do Quebra-quilos e um dos primeiros negros a chegar em Pedra d’Água, antepassado de Jandira.
2. ESPAÇO CÉU DAS LOUCEIRAS: Na Escola José Pontes da Silva, será o local das rodas de conversas e workshops. Presta homenagem à liderança do quilombo da Serra do Talhado, Santa Luzia/PB, vítima de feminicídio.
3. ESPAÇO NEGO BISPO DE OLIVEIRA: homenagem ao notável intelectual baiano cujo legado foi fundamental para o fortalecimento do movimento quilombola. Nego Bispo foi uma marca indelével na luta pela preservação da cultura afro-brasileira e na promoção da igualdade racial.
4. ESPAÇO ESCURINHO BADAUÊ: espaço destinado à memória do exímio capoeirista e percussionista, integrante do grupo de capoeira Badauê e criador do grupo Alabê Alujá. Acometido por uma leucemia, foi vitimado por conta do racismo no sistema público de saúde.
5. ESPAÇO MÃE BERNARDETE: destinado aos debates sobre gênero e racismo, em homenagem à ialorixá, ativista e líder nacional quilombola, do Quilombo Pitanga dos Palmares, Simões Filho/BA.
6. ESPAÇO BILA E ZÉ DE LELA: No Centro Quilombola, abrigará oficinas culturais e a exposição museológica com documentos históricos, homenageando o quilombola e agricultor José Francisco Avelino, do assentamento Gurugi, Conde/PB, assassinado no contexto da luta agrária.
Estão confirmadas as participações de diversas atrações culturais, dentre as quais: Escurinho e Banda Labacé e a Orquestra de Música Negra da Paraíba.