A Marcha pela Luta Antimanicomial aconteceu nessa sexta-feira (17), à tarde, encerrando a programação da 14ª Semana Estadual da Luta Antimanicomial, promovida pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio da Gerência Operacional de Atenção Psicossocial. O evento ocorreu no Parque Solon de Lucena (Lagoa), na capital, e reuniu gestores, trabalhadores e usuários de Centros de Atenção Psicossocial (Caps) de vários municípios. Este ano, o tema foi “Caminhos para a liberdade: Minha loucura não se prende”. O Dia Nacional da Luta Antimanicomial é comemorado neste 18 de maio.
De acordo com a gerente operacional de Atenção Psicossocial da SES, Iaciara Mendes, a marcha é um momento de dizer “manicômios nunca mais” para a sociedade. “As pessoas têm que ser tratadas livremente, em Caps próximos de suas residências, recebendo os cuidados necessários para que vivam bem em sociedade e não isolados. É inconcebível a ideia de que a pessoa deve ser discriminada só porque tem transtorno mental”, disse, lembrando ainda que é uma luta do ano todo.
“É uma luta árdua nos 365 dias do ano. É a luta de cada trabalhador do Caps que, todo dia, trabalha para evitar a internação do usuário, promovendo sua reinserção social em seu território. Portanto, é uma luta diária que precisa continuar acontecendo nos 120 serviços que temos na Paraíba “, concluiu.
Para a coordenadora do Caps de Itabaiana, Marília Bezerra, nos Centros de Atenção Psicossocial o tratamento é de forma acolhedora, afetuosa e com liberdade para todas as pessoas que necessitam do serviço. “Assim como devem ser tratados todos os seres humanos”, falou.
Que o diga Cristian Amorim, 44 anos, usuário do Caps AD III Jovem Cidadão. “A gente é tão bem cuidado com as oficinas, aulas de música, educação física e outras atividades, que se sente mais valorizado e, por conta disso, a vontade de usar droga diminui. Penso: não é possível que, em segundos, eu vá destruir tudo o que foi construído”, declarou.
Marcha – Cada Caps levou para a Marcha Antimanicomial cartazes com frases referentes ao tema da luta desse ano: “Saúde não se vende, loucura não se prende”; “Trancar não é tratar” e “Nossa loucura é mais lúcida que o seu preconceito”.
Entre as mensagens, um painel chamou atenção, com fotos de trabalhadores, residentes e usuários do Caps AD III Jovem Cidadão da SES. A diretora explicou que o trabalho, de autoria do usuário Celso de Moraes, foi produzido durante a pandemia, em maio de 2021, quando cada um fez a sua máscara com frases pertinentes à causa da Luta. “CAPsim. Viva o SUS!”; “Não quero mais ir pro hospício “; “Caps: lugar de cuidado”.
“Foi um momento de muito aprendizado, dentro da temática de respeito e cuidado com a saúde mental de cada um. Assim como acontece constantemente com todos os nossos usuários”, comentou.
Participaram da marcha os Caps AD III Jovem Cidadão da SES; Guttemberg Botelho; Caminhar e David Capistrano, localizados em João Pessoa; Caps II de Santa Rita e Caps I de Jacaraú, Itabaiana, Conde, Mamanguape, Bayeux, Ingá, Umbuzeiro e Serraria.