Grupo procura advogado para tentar conseguir na Justiça a demolição do Hotel Tambaú

Advogado empresário Rui Galdino, que arrematou o’hotel em leilão, diz que pessoas desesperadas judicializaram o processo, mas que em breve ele será reaberto

O conceituado advogado Marcos Pires, que hoje é adepto do “nadismo” (nada a fazer todos os dias), revelou em sua coluna neste final de semana no site MaisPB, que um grupo o teria procurado na intenção de acionar a Justiça na tentativa de demolir, colocar no chão, o que chamam de “escombros” do Hotel Tambaú, que há anos se encontra abandonado e passa por uma briga judicial sem fim.

Fui procurado por alguns amigos que estão montando um grupo para empinar uma campanha que visa a demolição dos escombros do hotel Tambaú e a posterior devolução daquele belíssimo pedaço de praia ao povo”, diz oadvogado na abertura da coluna.

Marcos Pires revela que o grupo teria levado até ele alguns documentos e entre eles estava a está a ata da assembleia realizada pela CINEP datada de 15 de dezembro de 1972 que tratou da transição da propriedade do hotel Tambaú desde o Estado da Paraíba até a Companhia Tropical.

O advogado, jornalista e empresário Rui Galdino que resgatou o Hotel Tambaú em leilão, diz que o hotel está pago e liquidado e que ainda existe uma ação na justiça que falta ser vencida para que ele volte a funcionar gerando empregos e divisas para a Paraíba.

Em nota, Rui Galdino diz o seguinte: “Pessoas desesperadas por não conseguirem arrematar, resolveram judicializar o leilão. Das seis ações jurídicas, eu já venci cinco. Ainda tem uma ação jurídica tramitando no STJ, mas vamos vencer também em breve. O Hotel Tambaú está pago e liquidado, não devemos a mais ninguém. Hoje o Hotel pertence ao grupo AMPAR da qual faço parte como sócio. Em breve será reformado e reaberto de maneira triunfante e gloriosa para toda Paraíba, Brasil e o mundo. Vamos revolucionar o turismo da Paraíba, gerando milhares de empregos e divisas para a economia do nosso estado. O restante do que se comenta por aí, é tudo firula e fake News. Sempre à disposição”, conclui a nota.

A demolição do hotel Tambaú

Fui procurado por alguns amigos que estão montando um grupo para empinar uma campanha que visa a demolição dos escombros do hotel Tambaú e a posterior devolução daquele belíssimo pedaço de praia ao povo. Queriam que eu participasse dando minha contribuição como Advogado e trouxeram documentos para examinar. Entre os documentos está a ata da assembleia realizada pela CINEP datada de 15 de dezembro de 1972 que tratou da transição da propriedade do hotel Tambaú desde o Estado da Paraíba até a Companhia Tropical.

Os argumentos que o grupo usa tem várias vertentes. Politicamente eles entendem que haverá um ganho extraordinário para o gestor que vier a apoiar a iniciativa, principalmente porque seria uma lição dada ao resto do país (e até a outros países) demonstrando que a Paraíba vai ao encontro da mais positiva forma de preservação do meio ambiente, porque ao invés de se omitir na invasão de áreas nobres, devolve essas áreas invadidas à população.

Juridicamente, entre outros argumentos eles entendem haver uma larga base para impugnar o que foi efetuado à época e posteriormente. Inicialmente questionam a verdadeira propriedade da área onde foi construído o hotel Tambaú, declinando a ausência total da União Federal não somente nos licenciamentos e transações originais como posteriormente na manutenção da ocupação de larga faixa de terrenos de marinha. Mais ainda, pretendem questionar a permanência do imóvel na propriedade e posse da Companhia Tropical depois que a empresa encerrou suas atividades e deixou de prestar o serviço de hotelaria ao qual estaria obrigada por condições geradas ao assumir aquele empreendimento.

Lembro bem da construção do Hotel Tambaú porque o Governador João Agripino era grande amigo do meu pai e muitas vezes eu o vi demonstrar um carinho incrível com aquela obra. Havia uma razão; é que ele usava frequentemente nossa casa para hospedar as autoridades que vinham à Paraíba. Já escrevi sobre isso aqui; hospedamos 2 Presidentes da República e muita gente mais. Ele precisava de um lugar para acabar com essa solução “caseira”. Consta que Dr. João queria instalar um cassino no hotel Tambaú, tanto que o salão de convenções era plano, próprio para o funcionamento de roletas e outro que tais.

Quanto aos amigos tive que declinar do convite porque fiz uma promessa solene quando passei a me dedicar ao nadismo; nada fazer todos os dias.

(Marcos Pires)

 

Redação com foto de Alberi Pontes (Jornal A União)

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