Atletas do ‘Campeões do Amanhã’ estão na expectativa para assistir ao Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística 

As ginastas mirim do projeto ‘Campeões do Amanhã’, da Secretaria de Juventude, Esporte e Recreação de João Pessoa (Sejer), estão ansiosas para o Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística. A competição começa na próxima terça-feira (17), no Ginásio O Ronaldão, em João Pessoa, com a categoria infantil. E, entre os dias 20 e 22, acontecem as disputas na categoria adulta. A grande expectativa das pequenas atletas é para assistir de perto a apresentação da medalhista olímpica Rebeca Andrade.

A técnica de ginástica artística, Socorro Viana, que é professora no projeto, conta que a procura por vagas aumentou após as Olimpíadas de Paris. “Temos três turmas em andamento, com 25 alunas em cada uma delas, e uma fila de espera enorme. As inscrições são semestrais pelo site da Prefeitura de João Pessoa, mas, vez ou outra, aparece alguma mãe nos treinos para pedir uma vaga. Por isso, trabalhamos ativamente com a lista de espera”, explica Socorro Viana.

A rotina dos treinos é levada a sério pelas ginastas mirins. Segundo a técnica, além da dedicação para acertar os movimentos, o esporte requer uma alimentação saudável para dar força e disposição durante as aulas. “Tínhamos alunas que não comiam fruta, feijão, que se alimentavam mal. E agora elas sabem que têm que comer pela manhã, levar um lanche útil para a escola, que refrigerante não faz bem à saúde. Então, o projeto também estimula essa mudança de comportamento nas crianças”, conta satisfeita.

Os benefícios da ginástica artística para a saúde e o desenvolvimento de crianças e adolescentes são muitos. Fisicamente, o esporte promove o desenvolvimento da força muscular, coordenação motora e equilíbrio. Mentalmente, a ginástica artística ajuda a desenvolver a disciplina e o equilíbrio emocional.

“As crianças saem daqui bem alongadas. Elas têm o cuidado de não sentar de qualquer jeito no sofá de casa, porque sabem que a coluna é muito importante para o esporte. Todos os dias a gente começa o treino pelo aquecimento, um bom alongamento, porque é necessário estar bem aquecido para a musculatura ter força para começar as acrobacias”, destaca Socorro Viana.

A ginasta Kauany dos Santos, de 10 anos, é uma das veteranas da turma. Ela já participa do projeto há quase três anos. Assim como muitas admiradoras da ginástica artística, Kauany conheceu o esporte pela TV. “Eu achava muito legal o que elas faziam. Então, falei: ‘mãe, eu quero fazer isso daí, eu acho que isso é bem legal, poderia me colocar?’ Depois de alguns anos, ela me matriculou aqui e eu fiquei muito, muito feliz”, conta toda animada.

Eloá Helena, também de 10 anos, participa do projeto há mais de dois anos. Ela conta que tentou natação, ginástica rítmica, mas foi na artística que encontrou seu lugar. “Eu era muito espoleta. Adorava dar ‘estrelinhas’ por aí. Foi uma amiga da escola quem falou da ginástica artística e eu pedi para minha mãe me matricular. O aparelho que eu mais gosto é o solo. Estou aprendendo o movimento ‘rodante flic’. Às vezes eu caio, mas estou me adaptando. Eu amo ficar tentando acertar”, comenta.

As duas aguardam ansiosas o momento para assistir a apresentação do solo da medalhista olímpica Rebeca Andrade, no Campeonato Brasileiro de Ginástica Artística. “Na televisão é de um jeito, ver tudo de pertinho vai ser um sonho”, ressalta Eloá Helena.

As aulas de ginástica artística do projeto ‘Campeões do Amanhã’ também são abertas para meninos. Tomás Finizola, de 7 anos, e Saulo Benício, de 6, são os representantes masculinos da turma de quinta-feira pela manhã.

A professora de francês, Lutiane Finizola, mãe de Tomás, conta que ele começou a demonstrar interesse pelo esporte por causa da irmã, Elisa, de 6 anos, que também participa do projeto da Prefeitura de João Pessoa. O aparelho favorito de Tomás é as argolas. “Cansa bastante. Tem que ter força. Mas eu gosto bastante do desafio”, revela o ginasta mirim.

A mãe conta que Tomás tem muita força nos membros superiores, então tudo que a irmã fazia na barra fixa em casa, ele também queria fazer. “Quando as Olimpíadas começaram, ele ficou surpreso ao ver que tinham rapazes nas competições e perguntou se poderia assistir presencialmente um dos treinos da irmã. Ele veio, gostou, e Socorro disse que haveria vagas para meninos no projeto. Ele ficou muito feliz, abriu um sorrisão e, desde então, não perdeu um treino”, conta orgulhosa Lutiane Finizola.

Em dezembro, as crianças devem participar de um festival para apresentar as acrobacias que aprenderam ao longo do semestre. A técnica Socorro Viana explica que os festivais não têm pódios, apenas medalha de participação. “Esses eventos servem para que eles percam o medo do público, de performar na frente de muitas pessoas, porque é fundamental trabalhar o psicológico do atleta também”, ressalta.

Ellyka Gomes

Foto: Kleide Teixeira

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