Levei uma maçã pra passear

Quando digo que as mungangas me perseguem, ninguém acredita. Mentira! Todo mundo crê. Mas, confesso que, têm horas que até eu duvido. Você já levou uma maçã pra passear? Pro rolê, como dizem agora? Pois eu já. E pense num rolê dirmantelado.

Antes de sair de casa, a “doida das frutas” aqui e morta-fome, botou uma maçã na bolsa, caso atrasasse o almoço de aniversário de uma amiga. Se chegar a hora de comer e eu não tiver nada pra mastigar, fico toda me tremendo.

E lá fui eu e, pasmem, o almoço não atrasou. Depois, fomos pro Sabadinho Bom e tome ensopado de marisco, pastel, torrada com um negócio de berinjela que adoro e sempre esqueço o nome…e a maçã lá na bolsa, só observando eu nem aí pra dieta.

Do Sabadinho Bom, o terceiro rolê, totalmente improvisado, na casa de um amigo, e, novamente, mais comida “leve”: pizza, frango à passarinha e batata frita.

O quarto rolê ainda tava por vir, mas, o bucho e a azia já davam sinais de que nada mais poderia entrar ali…só sair. E foi o que fiz. Tirei o sutiã.

Comi tanto que até o sutiã ficou apertado e começou a me agoniar. Como o vestido tinha forro, então, tudo certo.

Tudo certo uma ova! Na hora de botar o sutiã na bolsa, não cabia mais nada porque já tava estufada. Lá vai eu tirar tudo de dentro pra reorganizar a bolsa. A festa troando lá fora, meus amigos se acabando de dançar e eu no banheiro arrumando a bolsa. E tira celular, óculos, documentos, batom, broche de cabelo, chave de casa e…peraí…o que danado é isso dentro desse saco? Pois num era a maçã?

E eu ainda não queria que a bolsa tivesse estufada. Só sei que a póbi ficou lá, estufando a bolsa, o dia todinho, entrando pela noite e madrugada – eu já disse que foi um rolê dirmantelado?

Mas, ela não tem culpa da dona ser esfomeada e munganguenta. E acho até que gostou. Afinal, não é todo dia e qualquer um que leva uma maçã pra passear.

Eu vivo do jornalismo, desde quando me formei, no início dos anos 90. Até que em 2014 passei a desempenhar mais uma função: a de humorista. Há quem diga que sou uma jornalista engraçada e eu digo que o humor sempre esteve presente na minha vida. Desde criança. Afinal, sou filha de pais bem munganguentos. Aprendi com eles a rir de nós mesmos. Isso ajuda nos momentos mais sérios da vida. Há 10 anos, resolvi “empacotar” esse humor orgânico e botar “à venda” em forma de standup, textos, crônicas, podcasts e criação de conteúdo para o insta: @romyeschneider.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui