Com o objetivo de padronizar as ações de combate ao câncer de mama, que hoje é o tipo de câncer com a maior incidência no mundo, a Prefeitura de João Pessoa, através da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), lançou esta semana o Protocolo de Rastreamento Mamográfico. A iniciativa conta com uma série de normas que devem ser seguidas pelos profissionais de saúde da Capital.
De acordo com o protocolo, que segue os novos parâmetros da Sociedade Brasileira de Mastologia, as mulheres devem realizar a mamografia anualmente a partir dos 40 anos, o que já é Lei na cidade de João Pessoa, diferentemente da orientação do Ministério da Saúde, que recomenda o exame apenas a partir dos 50 anos, com periodicidade de dois em dois anos.
Ainda há vários pontos importantes como a padronização no atendimento na Secretaria Municipal de Saúde, orientando os profissionais a seguirem os mesmos protocolos. Outra medida essencial é que as mulheres busquem realizar a mamografia no mês de seu aniversário, que é uma forma para organizar o serviço e não sobrecarregar a rede.
“A criação do Protocolo de Rastreamento Mamográfico é uma importante iniciativa no sentido de reduzir a mortalidade por câncer de mama na Paraíba. Ainda que haja controvérsias sobre a faixa etária de início do da realização da mamografia, temos como respaldo uma série de trabalhos científicos que apontam claramente para o benefício do rastreamento mamográfico para mulheres a partir dos 40 anos”, explicou a coordenadora da Saúde da Mulher da SMS, Joana Barros.
Prioridade – O prefeito Cícero Lucena vem tratando o assunto com a importância devida. Logo nos primeiros dias de governo, anunciou o Plano de Rastreamento Mamográfico do município e confirmou que vai transformar o Hospital Santa Isabel em um Centro de Referência em Mastologia da Capital, que vai elevar ainda mais a qualidade do serviço na área.
A gestão do prefeito Cícero Lucena quer resgatar o cuidado preventivo com relação aos programas de saúde da mulher, pois observou que o número de mamografias realizadas pela rede conveniada à Prefeitura vem bem abaixo do esperado. Em 2019, foram feitas 19.853 exames. Já em 2020, o número caiu para 9.501, o que representa uma redução de mais de 50%.
“2019 já não foi o ano de sucesso. Este número na casa dos 19 mil não é nem a metade do que a gente precisa fazer. O ano de 2020 conseguiu ficar ainda pior devido à pandemia. Então, 2021 é um ano muito importante para a gente resgatar essas mulheres que ficaram para trás e sedimentar esse procedimento da importância do rastreamento mamográfico e do cuidado com todas as mulheres”, destacou Joana.
Onde fazer a mamografia – Para ter acesso ao serviço, primeiramente, a mulher deve procurar a Unidade de Saúde da Família mais próxima. Após ser atendida por um médico ou enfermeira, o profissional preencherá uma requisição para o exame, que poderá ser enviado aos locais onde o exame pode ser realizado pela própria UBS ou pelo paciente.
Atualmente, a mamografia está sendo realizada nos hospitais Napoleão Laureano e São Vicente de Paulo. Até pouco tempo, o exame também poderia nos hospitais Santa Isabel e Universitário Lauro Wanderley (HU). No entanto, como o atendimento das unidades saúde está dando uma atenção especial aos pacientes com Covid-19, o serviço está suspenso temporariamente.
Crescimento – De acordo com a Agência Internacional para a Investigação do Câncer, da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 foram diagnosticados mais de 2,2 milhões casos de câncer de mama, 11,7% do total, sendo o que mais pessoas atinge no mundo. Os diagnósticos da doença no ano superaram o câncer de pulmão, que até então afetava o maior número de pessoas.