Serviço de Pronto Atendimento em Saúde Mental beneficiou 4 mil pessoas em 2021

A pandemia provocou a necessidade de isolamento social, medo da morte, da doença, limites na liberdade de ir e vir, perdas econômicas e de entes querido e próximos. Esse cenário comprometeu a saúde mental de muitas pessoas e desencadeou situações de crises. Para se ter uma idéia, no ano de 2021, profissionais do Pronto Atendimento em Saúde Mental (Pasm) da Prefeitura de João Pessoa atenderam, aproximadamente, 4 mil pessoas em situação de crise psiquiátrica.

O programa funciona no Complexo Hospitalar Governador Tarcísio Burity (Ortotrauma), no bairro de Mangabeira, 24 horas por dia, inclusive nos finais de semana e feriados. Por ser classificado como um serviço essencial, a Prefeitura manteve o atendimento a população durante todo o período de pandemia.

O programa é voltado para casos de urgência e emergência em saúde mental a pessoas com idade a partir de 18 anos, moradores de João Pessoa e região metropolitana. O paciente é assistido por uma equipe multidisciplinar formada por médico psiquiatra, psicólogo, assistente social, enfermeiro, técnicos de enfermagem e equipe de apoio.

“De acordo com o Ministério da Saúde, 21% da população brasileira necessita ou vai necessitar de atenção e atendimento em algum tipo de serviço de Saúde Mental, por causa da pandemia”, comenta Alexina Bezerra, coordenadora do Programa.

Segundo ela, “considera-se urgência psiquiatra quaisquer distúrbios que sinalizem alterações nos pensamentos, nos sentimentos, nas ações ou nos comportamentos de uma pessoa”. Alexina explica que quando uma pessoa apresenta risco significativo para ela ou para aqueles de seu convívio familiar ou social, o ideal é ter atendimento profissional de imediato.

Na avaliação do médico psiquiatra do Pronto-atendimento, Roberto Mendes, “as pessoas reagem de maneira diferente a situações estressantes. Como cada um responde à pandemia pode depender de sua formação, da sua história de vida, das suas características particulares e da comunidade em que vive. Observa-se, desde então, aumento da percepção de sofrimento psicológico, de sintomas psíquicos, e dos transtornos mentais”.

Ele ressalta, ainda, que entre março de 2020 e março de 2021, a prevalência de sintomas depressivos passou de 27,8% para 32,8%, impulsionado pela baixa renda, não estar casado e múltiplos estressores. Após Síndrome Respiratória Aguda severa pela Covid-19 uma porcentagem de 52,4% dos pacientes experimenta alterações no humor, no padrão de sono, ansiedade e fadiga.

Esse panorama pode contribuir para o aumento das taxas de transtorno depressivo, associados a experiências traumáticas associadas à infecção, adoecimento e hospitalização; à morte de pessoas próximas; medidas de distanciamento social, no ambiente familiar e/ou nas relações de trabalho; além de consequências socioeconômicas e/ou possíveis interrupções de tratamentos por dificuldades de acesso.

Márcia de Oliveira, de 48 anos, vivenciou essa situação em junho do ano passado. João, seu esposo, conta que o surto ocorreu no dia anterior em que deveria retornar ao trabalho presencial. Ele atribui a essa situação de crise ao cenário de grande risco de contaminação da Covid-19.

“Eu tive Covid e passei por uma situação difícil. Fiquei internado vários dias. Em seguida minha sogra faleceu. Acho que a exigência de voltar ao trabalho, presencial, desencadeou a crise da minha esposa. Nem sabia que existia esse serviço do Pasm, meu vizinho que nos ajudou. Foi bom poder contar com o auxilio profissional porque nós não sabíamos como proceder”, conta.

Serviço:

Pasm (Complexo Hospitalar de Mangabeira – Ortotrauma)
Endereço: Rua Agente Fiscal José Costa Duarte, s/n, Mangabeira II.
Telefone: 3218-9727/ 3218-9725 ou 3218-9727
Horário de Atendimento: 24h – inclusive final de semana e feriados.

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