O 3º concerto oficial da Temporada 2022 da Orquestra Sinfônica da Paraíba terá como destaque a estreia mundial do “Romance para Clarinete e Orquestra – Spring Time”, obra do compositor argentino Maurício Charbonnier, que terá como solista o clarinetista mineiro Alphonsos de Melo Silveira. O concerto acontece nesta quinta-feira (12), às 20h30, na Sala de Concertos Maestro José Siqueira, no Espaço Cultural, com regência do maestro Luiz Carlos Durier.
A entrada é gratuita, mas as pessoas interessadas em assistir ao concerto terão que retirar o ingresso na bilheteria, a partir das 19h da quinta-feira, e apresentar, na entrada, a carteira de vacinação de Covid-19, com o esquema vacinal completo. O limite do público será de acordo com o número de cadeiras da Sala de Concertos, já que o decreto estadual de 7 de abril permite a realização de eventos culturais com 100% da capacidade do local.
Além de uma estreia mundial, esse concerto é dedicado à dança, segundo explicou o maestro Luiz Carlos Durier. “Será dedicado tanto à dança popular quanto à dança de concertos, realizada por balés em obras ou em balés propriamente dito”.
No programa do concerto consta a música “Traumerei (Devaneio)”, do compositor alemão Robert Schumann, seguida pela estreia mundial do “Romance para Clarinete e Orquestra – Spring Time”, do argentino Maurício Charbonnier, que terá a participação especial do clarinetista da OSPB, Alphonsos de Melo Silveira.
“Tangazo – Variações sobre Buenos Aires”, do também argentino Astor Piazzolla, vem logo depois, iniciando a parte do concerto dedicado à dança, continuando com “Gli Uccelli (Os Pássaros) – Suíte para Pequena Orquestra”, do italiano Otorrino Respighi, com as seguintes canções: Prelúdio (Bernardo Pasquini), La Colomba (Jacques de Gallot), La Gallina (Jean Philipe Rameau), L’usignuolo (anônimo inglês) e Il Cucù (Bernardo Pasquini).
E para encerrar o concerto, a orquestra vai executar a “Suíte Gluck (Marcha – Alceste, Minueto – Iphigenia em Aulis, Grazioso – Paris e Helena e Dança das Escravas – Iphigenia em Aulis), obra do compositor austríaco Felix Mottl.
“Mais uma vez, o concerto da Orquestra Sinfônica da Paraíba traz músicas muito agradáveis, fáceis de ouvir e, principalmente, fáceis de compreender. E é muito importante que a orquestra possa trazer isso para o público, porque aí o público se aproxima do repertório, pelo gosto e também por aquilo que ele compreende da música de concerto”, afirmou o maestro Durier. “O destaque do concerto vai ser exatamente as músicas realizadas para dançar. A primeira delas, o Tangazo, de Astor Piazzola, é uma música dramática, que reflete e enaltece a dança do tango argentino”, completou.
“Em seguida vem Os Pássaros, do compositor italiano Otorrino Respighi, que utilizou músicas dos séculos XVI e XVII para trazer para a orquestra uma alusão ao canto dos pássaros e as características desses pássaros, que são a pomba, a galinha, o rouxinol e o cuco. Posteriormente, essa suíte foi utilizada para se transformar em um balé e ser apresentada também como música coreografada, ou seja, com bailarinos dançando”, explicou Durier.
Composta em 1927, a peça Os Pássaros teve sua estreia mundial aqui no Brasil, em São Paulo. “Então, a gente tem uma correlação histórica, dado a importância da obra, por quem ela foi composta e onde ela foi apresentada pela primeira vez, e nós paraibanos vamos apresentar aqui em João Pessoa, também pela primeira vez”, comemorou o maestro. “Nesse concerto de quinta-feira, haverá ainda a execução da suíte de Felix Mottl, que ele realizou trazendo danças da óperas de Gluck. Mais uma vez, uma suíte para enaltecer a dança e o balé”, completou.
O maestro destaca ainda o momento especial desse concerto, que é a estreia mundial do Romance para Clarineta e Orquestra, intitulado Spring Time, do compositor argentino Maurício Charbonnier. “Para nós, realizar uma estreia mundial é uma honra muito grande, porque nós estaremos fazendo história. A Orquestra Sinfônica da Paraíba vai tocar publicamente, pela primeira vez, esse romance, que terá como solista o clarinetista da orquestra, Alphonsos de Melo Silveira. É uma obra muito bonita, moderna, mas que traz sentimentos do amor, do romance e da paixão”, explicou.
O clarinetista Alphonsos Silveira concorda com o maestro sobre a importância da estreia. “É uma expectativa muito grande poder fazer um solo com a Orquestra Sinfônica da Paraíba, que é minha casa, sendo a primeira vez que estou fazendo, e principalmente, estar estreando uma obra do argentino Maurício Charbonnier, um grande amigo, que compos essa obra em minha homenagem e ainda estar trabalhando com o maestro Luiz Carlos Durier, a quem eu tenho um grande apreço e admiração pelo grande profissional que é”.
Alphonsos explicou que haverá quatro apresentações do Romance para Clarineta e Orquestra neste primeiro semestre. “Nós vamos fazer uma turnê com essa obra, sendo a estreia aqui no Brasil. Em seguida, nós vamos tocar na Argentina, junto com a Orquestra del Chaco, depois em São Paulo, com a Orquestra Contemporânea Brasileira e ainda em um festival, também em São Paulo”.
O solista – Alphonsos de Melo Silveira é natural de Sabará (MG). Começou seus estudos em 2000 na Sociedade Musical São Sebastião, em Sabará, e em 2006 concluiu o Bacharelado em clarineta pela Universidade do Estado de Minas Gerais. No ano passado, tornou-se mestre em interpretação/Clarinete pela Universidade de Évora, em Portugal.
É clarinetista da Orquestra Sinfônica da Paraíba, professor de clarinete da Banda Sinfônica de Portalegrense Portugal, clarinetista do Quinteto José Siqueira, Artista Royal Global Clarinete, Artista “Marca Reeds” Palhetas e Artista “Pro Team Silverstein” Abraçadeiras. Criador do canal no YouTube “Clarinete Simples Assim”, Alphonsos tem também desenvolvido um trabalho de aulas de clarinete, ajudando aqueles que não têm acesso a professor.
Foi vencedor do concurso da Orquestra Sinfônica da Universidade do Estado de Minas Gerais e do IX Jovem Músico BDMG. Ao lado da Banda Amares, foi ganhador do concurso de Bandas Filarmônica de Benavente, na Espanha, como melhor interpretação da obra de confronto, melhor banda e melhor banda para o público.
Como clarinetista atuou na Orquestra Opus, apresentando-se junto a artistas como Fafá de Belém, Milton Nascimento, Daniela Mercury e Flavio Venturini. Atuou na Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, na Orquestra Sinfônica da ESMU/UEMG, e foi clarinetista da Orquestra de Música da Escola de Nova Lima, na turnê junto ao Grupo Teatral de Bonecos Giramundo, com a obra “O Carnaval dos Animais”. Atuou ainda na Banda Sinfônica ESMU/UEMG, Banda Sinfônica UFMG, Banda Municipal 5 de Agosto/João Pessoa, Banda Filarmônica de Amares/Braga/Portugal, Banda Filarmônica Euterpe/Portalegre/Portugal, Banda Filarmônica Mourense/Mourão/Portugal e Banda Filarmônica Círculo Artístico Musical Safarense/Safara/Portugal.
O clarinetista participou como solista de apresentações da Orquestra Sinfônica Municipal de João Pessoa (PB), Orquestra Sinfônica de Betim (MG), Orquestra Sinfônica da Universidade do Estado de Minas Gerais, Banda Lira da Paz Ravena (MG) e Banda José Siqueira da Universidade Federal da Paraíba.
Como maestro, atuou na Sociedade Musical e Cultural Santa Lúcia/Sabará e da Retreta Lira de Santo Antônio/Conceição do Mato Dentro (MG). Na sua carreira, consta ainda participação como clarinetista da gravação do CD da Família Moura (Valsa e Choro) e gravação do CD do Funicando (Valsa e Choro), CD Acalanto da Grande soprano Maria Lucia Godoy e CD Fado Metal, com a banda Filarmônica de Portalegre/PT.
O regente – O maestro Luiz Carlos Durier nasceu em João Pessoa. É o regente titular da Orquestra Jovem há 25 anos e, em setembro de 2013, foi nomeado diretor artístico e regente titular da OSPB. Seu trabalho direcionado para jovens músicos em formação tem reconhecimento em todo o Brasil. Sob sua batuta já se tornou tradição a Jovem apresentar estreias mundiais com excelente qualidade técnica e artística.
Na UFPB, concluiu o ensino superior de música nos cursos de Licenciatura e Bacharelado. Desde que chegou à Escola Estadual de Música Anthenor Navarro (EEMAN), em 1991, lidera atividades de educação musical ensinando: Musicalização, Viola e Música de Câmara e Regência. Como professor de regência participou das Semanas da Música na UFRN e IF Sertão – PE e como regente da Orquestra de Cordas da 29ª e 30ª Oficina de Música de Curitiba.
Na condição de regente convidado, Durier conduziu a Orquestra Sinfônica do Rio Grande do Norte, Orquestra Sinfônica do Estado de Sergipe, Orquestra Sinfônica da UFRN, Orquestra Criança Cidadã do Recife, Orquestra do Estado do Mato Grosso e Orquestra Sinfônica da Universidade Federal da Paraíba (OSUFPB), dentre outras.
Na sua formação como regente, foi aluno de Wolfgang Groth, Nelson Nuremberg, Guilhermo Scarabino e o maestro Osvaldo Ferreira. Participou de Master Class com os maestros Kurt Masur e Dante Anzolini. Ainda teve como mestres o maestro José Siqueira, José Alberto Kaplan, Iara Bernette, Violeta de Gainza, Guilhermo Campos e Horácio Schafer.
Durier conduziu a OSPB na gravação ao vivo do CD da cantora Marinês e sua Gente, e ainda do DVD Sivuca e os Músicos Paraibanos. Tem acompanhado com frequência, artistas populares com a OSPB e OSJPB, a exemplo de Ângela Rô Rô, Arnaldo Antunes, Tico Santa Cruz e Renato Rocha (Detonautas), Flávio José, Genival Lacerda, Alcione “Marrom”, Toninho Ferragutti, Geraldo Azevedo, Dominguinhos, Zélia Duncan, Zé Ramalho, Kátia de França, Nathalia Bellar e Chico César, sempre com grande sucesso de público e crítica. No ano de 2012, recebeu a Comenda de Honra ao Mérito do Rotary Internacional, pelo brilhante desempenho profissional frente à OSPB.
SERVIÇO
Orquestra Sinfônica da Paraíba
3º Concerto Oficial da Temporada 2022
Dia: 12 de maio (quinta-feira)
Hora: 20h30
Local: Sala de Concertos Maestro José Siqueira
Solista: Alphonsos de Melo Silveira (clarinete)
Regência: Maestro Luiz Carlos Durier