O projeto ‘Descobrindo Novos Horizontes Através do Cinema’, promovido pela Prefeitura de João Pessoa, por meio da Secretaria de Direitos Humanos e Cidadania (Sdhuc), foi apresentado na cerimônia de abertura do Los Angeles Brazilian Film Festival, nos Estados Unidos. O evento, que começou no último sábado (5), apoia o desenvolvimento do cinema brasileiro e de projetos que promovam a cidadania.
A iniciativa da Prefeitura de João Pessoa tem como objetivo reverter a medida socioeducativa dos jovens encaminhados para os Centros de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) em oportunidade no mercado de trabalho.
Na oficina, a Prestação de Serviço à Comunidade (PSC) é substituída por ensinamentos básicos da produção audiovisual. Como explicou o Lúcio César, diretor de cinema e um dos responsáveis por ministrar a oficina no projeto da Sedhuc. “Nas aulas os alunos vão transitar pela história do audiovisual, noções básicas do uso dos equipamentos, sobre o mercado de trabalho e a postura do profissional de audiovisual, para que eles se interessem e possam olhar para isso como uma possível área de atuação”, explicou. Além disso, segundo Lúcio César, “o grande desafio é retirar esses jovens desse universo em que eles se encontram, em que a perspectiva de futuro é muito incerta, e desconstruir isso mostrando que eles estão o início da vida, e que vão sim se tornar cidadãos inseridos na sociedade, e principalmente no mercado de trabalho”, destacou.
Os Centros de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) trabalham com duas políticas: a de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi), que presta apoio, orientação e acompanhamento a famílias com um ou mais de seus membros em situação de ameaça ou violação de direitos; e a política de Medidas Socioeducativa, voltada a ressocialização dos jovens que cumprem medidas socioeducativas em meio aberto depois de cometer um ato infracional.
A segunda turma a receber a oficina é formada pelos jovens do Creas IV, coordenado por Rafaella Alves. “Esses adolescentes não têm tantas oportunidades de cultura, lazer ou educação de onde vem. E na oficina eles estão tendo essa oportunidade de desenvolver novos talentos. Assim, o nosso contato deixa de ser uma punição e passa a ser um incentivo, um alimento contra o preconceito e uma oportunidade de um novo futuro”, destacou.
“Se eu for parar para analisar, foi uma das melhores oportunidades que eu já tive e eu fico grata por isso. Espero que os outros alunos também aproveitem esse momento e aprendam o que tiver de aprender, e levem isso para a vida. E o que trouxe eles até aqui, que fique no passado, como o professor mesmo falou. Com certeza é algo que eu vou levar para a minha vida”, relatou uma das alunas da oficina.
Passagem de ônibus – Essa já é a segunda turma atendida pelo projeto, e desta vez, conta com um auxílio das passagens de ônibus para chegar até o local das aulas, localizado no bairro Jaguaribe. O Secretário de Direitos Humanos e Cidadania, João Corujinha, falou sobre a novidade. “Percebemos uma maior adesão ao projeto nesta segunda turma, são 10 alunos, o dobro do que tínhamos na primeira turma. Por isso, surgiu a necessidade de ajudar com as passagens, já que nosso maior objetivo é que eles participem de todas as aulas”, acrescentou.