“Não tem quem diga”

Realmente! “Não tem quem diga”, mas, eu sou insistente e vou dizer assim mesmo… A frase que a gente passa a ouvir, com muita freqüência, depois que entra na maturidade é um ponto de reflexão sobre esta fase da vida.

Sou uma mulher madura, de 53 anos, assumindo os cabelos brancos e continuo linda e cheia de quereres.

– Mas, “não tem quem diga” que você tem essa idade.

– Claro que tem e eu não ligo. É pra dizer mesmo. Foi muita peleja pra chegar até aqui e me orgulho muito disso.

Não vou ser hipócrita e dizer que o caminho da velhice é mais prazeroso que o da juventude. É muita hérnia de disco envolvida. Mas, se aceitar na nova condição é a melhor saída. Pelo menos, tem sido a minha.

Agora, eu que pergunto: tem quem diga que ainda tô cheia de desejos, sonhos, vontades e planos?

Eu digo! Tô mudando o rumo da minha carreira profissional na idade madura. Sou louca? Sou! É fácil! Jamais! Muito pelo contrário! É difícil que só a bixiga taboca, mas, nunca foi fácil, nem na juventude e nem vai ser em época nenhuma.

“Não tem quem diga”. Mas, vou continuar dizendo. Na música “Seduzir”, onde só o título já valeria a pena, Djavan traduz, de forma lindamente, o que quero dizer, neste momento:

Vou andar, vou voar pra ver o mundo
Nem que eu bebesse o mar
Encheria o que eu tenho de fundo

Eu vivo do jornalismo, desde quando me formei, no início dos anos 90. Até que em 2014 passei a desempenhar mais uma função: a de humorista. Há quem diga que sou uma jornalista engraçada e eu digo que o humor sempre esteve presente na minha vida. Desde criança. Afinal, sou filha de pais bem munganguentos. Aprendi com eles a rir de nós mesmos. Isso ajuda nos momentos mais sérios da vida. Há 10 anos, resolvi “empacotar” esse humor orgânico e botar “à venda” em forma de standup, textos, crônicas, podcasts e criação de conteúdo para o insta: @romyeschneider.

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